A Concelhia do PSD da Amadora veio a público reafirmar a confiança na candidatura de Suzana Garcia à Autarquia, colocando-se ao lado da advogada em toda a polémica suscitada pelo facto de ter defendido o “extermínio” do Bloco de Esquerda.
Em causa, estão as declarações no programa “Goucha”, da TVI, da cabeça de lista do PSD à Câmara da Amadora nas próximas autárquicas. Suzana Garcia que disse esperar “mesmo que o Bloco de Esquerda seja exterminado”, assim como o partido Chega, liderado por André Ventura.
Mas foram as declarações sobre o Bloco de Esquerda (BE) que suscitaram polémica. “A candidata escolhida pelo doutor Rui Rio para encabeçar a lista do PSD à Câmara Municipal da Amadora introduziu o discurso de ódio e incitamento à violência na campanha autárquica. Isso é profundamente inaceitável”, criticou, de imediato, o deputado do BE Fabian Figueiredo.
O deputado bloquista desafiou ainda o líder do PSD, Rui Rio, a reconsiderar a escolha de Suzana Garcia: “Já tem elementos suficientes para chegar à conclusão evidente e que todo o país já sabia. A doutora Suzana Garcia é uma candidata que não tem espaço no campo democrático e o que é exigido é que reconsidere a escolha que fez, que demita a doutora Suzana Garcia e que encontre outro candidato ou outra candidata para encabeçar a lista à Câmara de Amadora”.
Rui Rio ficou, contudo, em silêncio. Mas a Concelhia que escolheu Suzana Garcia, considerada pelo secretário-geral José Silvano como a “candidata mais indicada para ganhar” a Câmara da Amadora, veio, esta quinta-feira, a público defender a advogada e reafirmar a confiança política.
“O PSD repudia assim firmemente as interpretações desonestas feitas pelo deputado Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, acerca de afirmações proferidas pela candidata Suzana Garcia. Qualquer pessoa percebe que o que a candidata Suzana Garcia quer dizer é que deseja que o Bloco de Esquerda tenha uma pesada derrota eleitoral nas próximas eleições. Qualquer outra interpretação (ainda por cima com recurso à extração de frases truncadas) constitui um exercício intelectual e politicamente desonesto”, explicou o PSD/Amadora, num comunicado em que esclareceu ainda que Suzana Garcia estava apenas a criticar os extremismos. Daí que, nesse âmbito, tenha defendido o mesmo para o Chega.
“A palavra extermínio foi propositadamente escolhida pela pessoa em causa, que aliás é licenciada em Direito, sabe perfeitamente o que é que significa exterminar. Isso é profundamente inaceitável”, considerou, contudo, o BE.