Um estudo recente, liderado pelo neurocientista pós-PhD Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, da Califórnia University FCE, em Portugal, investigou a prevalência e as causas da preocupação excessiva em indivíduos com alto QI (QI acima de 130). A pesquisa foi conduzida em colaboração com Flávio Henrique dos Santos Nascimento, bacharel em medicina; Roselene Espírito Santo Wagner, PhD em Neurociências; Carlos Ernesto dos Reis Lima, mestre em Saúde e Meio Ambiente; Andrea de Matos Melo, doutora em Dentística; e Lincol Nunes Cruz, escritor e especialista em performance. O estudo foi publicado na revista “Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar”.
A pesquisa se concentrou em membros de sociedades e grupos dedicados a pessoas superdotadas, como o Gifted, e utilizou métodos de revisão bibliográfica e enquetes aplicadas a três diferentes grupos Gifted, com integrantes de várias nacionalidades. Os resultados revelaram que indivíduos com alto QI apresentam uma tendência real ao excesso de preocupação, devido a uma combinação de fatores neurobiológicos, genéticos e psicológicos.
O estudo identificou a amígdala, uma região do cérebro associada ao processamento de emoções como medo e ansiedade, como um fator chave na preocupação excessiva em pessoas com alto QI. A hiperatividade da amígdala pode levar a interpretações negativas de estímulos ambientais e à ruminação, um padrão de pensamento repetitivo e obsessivo.
Além disso, o córtex pré-frontal, responsável por funções executivas como planejamento e tomada de decisões, pode apresentar dificuldades em interromper os ciclos de pensamentos negativos em indivíduos com alto QI, exacerbando a preocupação. Fatores genéticos também podem desempenhar um papel na predisposição à preocupação excessiva, com variantes genéticas específicas associadas a níveis mais elevados de ansiedade e preocupação.
O estudo destaca a importância de compreender as dinâmicas e características únicas da preocupação em pessoas com elevada capacidade intelectual, a fim de desenvolver intervenções eficazes para lidar com essa questão. As descobertas da pesquisa podem contribuir para o desenvolvimento de terapias e estratégias de enfrentamento personalizadas para indivíduos com alto QI que sofrem de preocupação excessiva, melhorando sua qualidade de vida e bem-estar psicológico.