Uma pesquisa recente liderada pelo neurocientista pós-PhD Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, da Califórnia University FCE, em Portugal, investigou a busca incessante por novidades em pessoas com alto QI (Quociente de Inteligência). O estudo, realizado em conjunto com Elodia Avila, formada em medicina pela USP e especialista em cirurgia plástica; Flávio Henrique dos Santos Nascimento, bacharel em medicina pela UFCG e residente em psiquiatria pela UFPI; Luiza Oliveira Zappalá, estudante de Direito na PUC Minas; Luiz Fellipe Gonçalves de Carvalho, mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Chicago; Vanessa Schmitz Bulcão, mestre em Psicologia Clínica e da Saúde; e Carlos Ernesto dos Reis Lima, mestre em Saúde e Meio Ambiente pela UNIVILLE e médico pela UFF, foi publicado na revista “Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar”.
A pesquisa propõe que a busca por novidades em indivíduos superdotados não é apenas uma característica de personalidade, mas uma necessidade biológica fundamental. Essa necessidade vai além da simples curiosidade e se manifesta como um ciclo virtuoso que impulsiona o desenvolvimento intelectual.
O estudo se baseia em evidências empíricas e teóricas que indicam que os traços comportamentais e de personalidade de pessoas com alto QI são, na verdade, manifestações de uma demanda biológica inata. A falta de satisfação dessa necessidade pode levar a estados de desânimo ou depressão temporária, sugerindo uma ligação direta entre a insatisfação da necessidade biológica e a saúde mental.
A pesquisa também explora os mecanismos neurobiológicos e genéticos por trás dessa busca por novidades, destacando a importância da formação de engramas de memória, que são fortalecidos e consolidados através da aquisição de novas informações. A neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se modificar em resposta a novas experiências, desempenha um papel crucial nesse processo.
Em conclusão, o estudo oferece uma nova perspectiva sobre a relação entre a biologia cerebral e o comportamento de indivíduos com alto QI, abrindo caminho para intervenções psicoeducacionais e estratégias de bem-estar que levem em consideração a necessidade intrínseca de novidades dessas pessoas.