Em entrevista ao Der Spiegel, o ministro das Finanças português comparou os constantes “avanços e recuos” da administração norte-americana à imprevisibilidade do futebolista Cristiano Ronaldo.
Em 2017, Mário Centeno foi batizado de “Ronaldo do Ecofin” pelo então ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. Agora, dois anos depois, o ministro das Finanças português deu uma entrevista ao Der Spiegel na qual comparou os constantes “avanços e recuos” da administração norte-americana à imprevisibilidade do futebolista Cristiano Ronaldo.
Questionado sobre se o abrandamento do crescimento da economia europeia pode agravar-se ainda mais caso o Presidente dos Estados Unidos concretize uma ameaça recorrente e imponha impostos sobre os automóveis, Centeno admitiu que “as tensões comerciais estão a prejudicar o crescimento” e “toda a gente está preocupada”, até face à constante incerteza.
“Temos assistido a muitos avanços e recuos por parte da administração norte-americana relativamente à sua política (comercial). Em futebol, é como quando o defesa tem pela frente um jogador nervoso”, disse.
Sobre se a Europa necessita então de um Cristiano Ronaldo, Centeno retorquiu que, seguindo essa analogia, a Europa precisa antes é de “aprender a defender contra alguém imprevisível como Cristiano Ronaldo“. “Para tal, precisamos de ser vigilantes, ao mesmo tempo que promovemos o multilateralismo e o comércio livre.”
Já em relação ao acentuado abrandamento da economia alemã, Mário Centeno afirmou-se convicto de que o motor da economia europeia irá ultrapassar este momento menos bom, até porque a Europa não está “de modo algum em modo de crise”, e “todas as previsões para 2020 são positivas, até para a Alemanha”.