O antigo cônsul português, Aristides de Sousa Mendes, recebeu uma série de homenagens nesta terça-feira, dentre elas as honras de Panteão Nacional, em Lisboa, por meio de um túmulo sem corpo.
Mendes foi cônsul português em Bordéus, França. Ele salvou milhares de judeus e demais refugiados durante o regime nazista na Segunda Guerra Mundial ao emitir vários vistos à revelia das ordens do governo de Salazar. Com isso, ele foi expulso da carreira diplomática e morreu em um hospital para pobres, em Lisboa, no ano de 1954.
A cerimônia de homenagem ao diplomata contou com a participação de diversas autoridades, como o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro António Costa.
Foi realizado um cortejo na nave central do Panteão Nacional constituído por assistentes parlamentares, o chefe do protocolo do Estado e secretário-geral da Assembleia da República, o Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente do parlamento, Silvério de Sousa Mendes (familiar de Aristides de Sousa Mendes), o coordenador e membros do grupo de trabalho parlamentar responsável por definir o processo de concessão de honras e o diretor do Panteão Nacional.
Ao se dirigir à sala 2 do Panteão Nacional, as autoridades descerraram uma placa evocativa da homenagem a Aristides de Sousa Mendes, ao mesmo tempo que é interpretado o ‘Prelúdio em Dó Maior’, para harpa, de Johann Sebastian Bach, pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Lá, a bandeira nacional foi dobrada por militares da Guarda Nacional Republicana.
Depois disso, os membros do cortejo regressarão aos seus lugares no Panteão, e o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro assinaram o Auto de Honras de Panteão Nacional.
A recomendação em causa — que não tem força de lei – deseja homenagear o antigo cônsul português na forma de um túmulo sem corpo, não sendo necessária, portanto, a transferência de seus restos mortais para o Panteão Nacional.
Naquele local, estão sepultadas figuras como os escritores Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, Almeida Garrett e Sophia de Mello Breyner Andresen, a fadista Amália Rodrigues, o futebolista Eusébio, e o marechal Humberto Delgado, ex-candidato à Presidência da República. Também estão no local alguns dos antigos Presidentes da República, como Sidónio Pais, Manuel de Arriaga, Óscar Carmona e Teófilo Braga.