A variante do novo coronavírus, denominada Delta, pode aumentar o risco de reinfecção da doença na população. Detectada inicialmente na Índia, este vírus é objeto de um estudo publicado pela revista científica “Cell”, e conta com a participação da entidade brasileira Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que observou o soro de pessoas previamente contaminadas por outras cepas, como a Gama, identificada originalmente no Brasil e a Beta, detectada na África do Sul.
Segundo a publicação, a capacidade de neutralizar a cepa Delta é 11 vezes menor se comparada com as outras variantes. “A capacidade de neutralizar a cepa é 2,5 vezes menor para o imunizante da Pfizer e 4,3 vezes menor para o da Astrazeneca”.
Além disso, os pesquisadores acreditam que os índices são semelhantes aos verificados com as variantes Gama e Alfa, que surgiram no Brasil e no Reino Unido, e não há evidência de fuga generalizada da neutralização, diferentemente do registrado com a variante Beta: “Parece provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617, embora um aumento nas infecções possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos soros”.
O estudo foi liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, mas teve a colaboração científica envolvendo 59 pesquisadores de outros países.
Variante Delta
É um subtipo da linhagem viral B.1.617, que surgiu na Índia em outubro de 2020. No ultimo mês de maio, após ser associada ao agravamento da pandemia na Índia e no Reino Unido, a cepa foi declarada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, a OMS estima que essa variante está em circulação em 85 países.