A pandemia trouxe profundos impactos no setor aéreo. Exemplo disso é o grande número de bilhetes de avião que foram cancelados em 2020, algo em torno de 5,5 milhões. Destes, 40% deles não foram reembolsados em dinheiro pois os passageiros receberam vales ou aguardam ainda uma resolução desta situação.
Os dados foram apresentados pelo Tribunal de Contas Europeu, que apresentou um relatório confirmando que “os direitos dos passageiros dos transportes aéreos na União Europeia ficaram em terra durante a pandemia” de covid-19, nomeadamente em Portugal, graças aos sucessivos cancelamentos e restrições.
Do total de bilhetes cancelados no país, o TCE aponta que perto de 60% (3,3 milhões) foram reembolsados em dinheiro aos passageiros no decurso do ano de 2020. Sobre os demais, o relatório revela que 28% (1,6 milhões de bilhetes) foram convertidos em vales para uso posterior, “sem garantia de que os passageiros estivessem de acordo”, enquanto cerca de 5% (mais de 300.000 bilhetes) estavam sem resolução até ao final do ano passado e quase 7% (360.000 bilhetes) diziam respeito a casos em que os passageiros não reclamaram o reembolso nem encontraram uma possibilidade de reencaminhamento.
Sobre os prazos para reembolso dos bilhetes o TCE ressalta que isso varia em função da companhia aérea, sendo que “aumentaram exponencialmente após março de 2020”, atingindo um pico entre junho e setembro (entre 31 e 59 dias).