Nos últimos anos, o explante de silicone vem sendo cada vez mais debatido na mídia. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, 14,6 mil retiraram os implantes em 2018. Já em 2019, esse número foi para 19,4 mil, com uma subida para 25 mil, em 2020.
Mesmo assim, a cirurgia plástica para o aumento da mama ainda é a mais comum do país (Brasil). Conforme os dados mais recentes, recolhidos em 2019, também pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, foram realizados pelo menos 211.287 procedimentos no ano.
O aumento no número de explantes, é claro, é acompanhado da adesão de diversas celebridades. Somente no TikTok, os vídeos com a hashtag #explantedesilicone já acumulam mais de 80 milhões de visualizações.
Segundo o cirurgião-plástico Bora Kostic, o procedimento para retirada do silicone não é tão simples e é extremamente necessário que as pacientes sejam informadas sobre vários pontos importantes. “Se a paciente acredita que está sentindo dor por causa do silicone é necessário que ela seja avaliada. Se a paciente realmente quiser retirar é muito importante que ela seja orientada por um cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em uma consulta presencial para que a avaliação seja feira de forma minuciosa, onde são avaliados peso, altura, largura das costas e vários pontos”, disse.
Geralmente, a mamoplastia que é realizada para retirar o explante é motivada por um resultado não esperado ou quando existe um problema pós-operatório, mas não é verdade que existe uma onda de explantes, ou que isso esteja na moda.
“Ouvimos falar sobre um aumento dos explantes, mas, geralmente, o que acontece é que o resultado não fica como o esperado ou até a mulher se arrepende de ter o feito e começa a perceber que o seu ‘antes’ era melhor. Então, é necessário avaliar cada paciente. Até hoje eu tive pouquíssimas pacientes que resolveram retirar suas próteses e, nos dois casos, as situações não eram habituais”, explicou.
O que acontece com os seios após a retirada do silicone?
Segundo o médico, após a retirada do silicone, na maioria dos casos, vai sobrar muita pele nos seios. “Vai sobrar pele e para retirar a prótese é necessário fazer uma mamoplastia, o que também vai ocasionar uma cicatriz ao redor das aréolas”, disse.
Para o cirurgião, é necessário falar sobre os riscos do explante, entre eles “o seio flácido; uma cicatrização não adequada com cicatriz hipertrófica, cicatriz de queloide e cicatriz ao redor da auréola”, informou.
Conforme o médico, se a paciente primeiramente realizou a mamoplastia (cirurgia onde há o corte) e for retirar a prótese, vai sobrar pele. “Isso pode ser resolvido com enxerto de gordura, mas é muito importante que ela seja alertada de tudo o que vai acontecer nesse pós”, disse.
Por fim, o profissional de saúde alertou para a necessidade da escolha de profissionais responsáveis, tanto para realizar um procedimento estético, quando para revertê-lo.
“Tentando resolver um problema, pode ser criado um problema ainda maior. A cirurgia plástica é feita por pacientes que querem se submeter a esse procedimento e, para isso, é necessário escolher bem o profissional”, finalizou.
Sobre Dr. Bora Kostić
Dr. Velibor Kostić, conhecido como Bora Kostić, se formou em Medicina na Universidade Federal de Belgrado, na Sérvia, chegando a servir na guerra de 1999. Especializou-se em Cirurgia Geral e em Cirurgia Plástica no Hospital Geral de Bonsucesso. Neste meio tempo, fez estágio no Departamento de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Microcirurgia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro. Revalidou o diploma de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina. Bora é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro ativo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Estética.