Com o isolamento social, aulas virtuais se tornaram uma válvula de escape para continuar com as práticas de atividades físicas; Tauan Gomes, educador físico, comenta a mudança no modelo de negócio fitness
Se antes a frequência da população em academias variava de três a quatro vezes por semana, com o isolamento social a ida diminuiu. Com baixo número de alunos, esses estabelecimentos tiveram que reinventar o modelo de negócio e migrar para a internet.
Assim o instrutor ou personal se adaptou ao mundo digital e nele passa a ministrar os treinos. Essa prática ainda será tendência neste ano. De acordo com esses dados do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, na sigla em inglês), os treinos online, que antes estavam na 26° posição, agora é o primeiro mais requisitado pelos alunos.
“Os donos de academias e educadores entenderam que os clientes passaram a ficar mais tempo online, então eles aproveitaram para se adaptarem à nova realidade”, assim começou dizendo Tauan Gomes, personal trainer da X-Concept. “Qualquer profissional, tem a opção de trabalhar somente no espaço físico, mas com a nossa realidade atual, não migrar seu negócio para internet pode fazê-lo deixar de faturar muito dinheiro”, completa.
O ranking também acrescenta que o uso de tecnologias vestíveis (aparelhos de monitoramento), treinos com o próprio peso do corpo e atividades ao ar livre também obtiveram boa adesão durante o período de isolamento social.
*Treino funcional aumentou em 94%*
Um estudo feito pela Polar, empresa de aparelhos vestíveis (wearables) para atividade física, aponta o quanto a prática de atividades físicas mudaram. Por exemplo, a corrida ao ar livre teve uma diminuição de 13%, enquanto que esportes de força diminuíram 55%.
Atividades que demandam equipamento especializado, que normalmente podem ser encontradas em academias e clubes, também sofreram queda: a corrida na esteira caiu 67%. Por outro lado, o treino em casa entrou para substituir essas atividades. O treino funcional aumentou em 94%, por exemplo.
“É um novo modelo de negócio que veio para ficar. Mesmo com as academias se abrindo, a aceitação continua baixa e os estabelecimentos vão continuar oferecendo aulas a distância. Então, é um mercado que tende continuar crescendo e continuar evoluindo”, finalizou.