O “Futuro das relações entre a União Europeia e a América Latina e Caraíbas após a Cimeira
UE-CELAC” foi o tema do sexto seminário organizado pela Fundación Euroamérica e a Casa da
América Latina em Lisboa, no último dia 6 de novembro. O objetivo foi “divulgar e difundir os
resultados”, entre os setores público e privado e a sociedade civil de ambos os lados do
Atlântico, da Cimeira UE-CELAC, que decorreu no passado mês de julho em Bruxelas, e que
contou com uma Mesa Redonda Empresarial. A ideia é “explicar o estado atual e as projeções
futuras das relações entre as duas regiões: União Europeia e Comunidade de Estados Latino-
Americanos e Caribenhos.
Esta iniciativa contou com três sessões centrais que reuniram líderes, especialistas, entidades e
autoridades dessas duas regiões geográficas. A segunda sessão tratou do tema “Brasil e a UE,
relações políticas, comerciais e de investimento”. Este painel contou com Raimundo Carreiro,
embaixador do Brasil em Portugal; Miguel Belo de Carvalho, membro da Comissão Executiva
do Banco Santander Totta; Higor Ferro Esteves, diretor-geral do escritório europeu da
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex Europa); Rafael Lozano, Country
Manager Brazil at EllaLink, que participou on-line; e Leonídio Ferreira, diretor interino do
Diário de Notícias, que foi o moderador. José Manuel Fernandes, deputado do Parlamento
Europeu e presidente da delegação para as Relações com o Brasil, também fez uma
intervenção.
“O evento foi enriquecedor por trazer para debate o tema do acordo UE-Mercosul. Uma
discussão de mais de 20 anos com diferentes contornos ao logo desse tempo e que ainda não
temos um entendimento. No que diz respeito ao Brasil, tivemos a oportunidade de ouvir pelo
Embaixador do Brasil em Lisboa a posição que o governo brasileiro assumiu durante a cimeira
UE-Celac em julho deste ano, que defende que o Brasil não quer exportar somente
commodities, mas quer exportar serviços, produtos manufaturados e se reindustrializar”,
comentou Higor Ferro Esteves, da FUNCEX-Europa.
Este mesmo responsável considera que o seminário foi uma oportunidade para “mostrar, uma
vez mais, o potencial de mercado que existe através do acordo UE-Mercosul para todos os
envolvidos”.
“Juntos passamos a ser cerca de 780 milhões de consumidores e representaremos 25% do PIB
mundial”, destacou Higor Ferro Esteves.
De acordo com os organizadores do evento, “é imprescindível para a União Europeia criar
alianças estratégicas com regiões do mundo com as quais partilha valores e princípios, a fim de
enfrentar conjuntamente os desafios com os quais todos nos confrontamos. Por esta razão, as
instituições europeias olham para a América Latina e as Caraíbas como o seu principal parceiro
estratégico. Ambas as regiões estão empenhadas num sistema multilateral sólido, baseado em
regras identitárias, representando no seu conjunto, um terço dos membros das Nações
Unidas”.
A Cimeira UE-CELAC, realizada em Bruxelas em julho após uma interrupção de oito anos,
sublinhou um “desejo comum das duas regiões de reforçar os seus laços, a cooperação entre
elas em fóruns multilaterais, a paz e a segurança mundiais, o comércio e o investimento, ações
conjuntas para combater as alterações climáticas, a justiça e segurança para os cidadãos”.
Ainda no âmbito desta Cimeira, realizada este ano, a Comissão Europeia, juntamente com o
BID e o CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, organizou previamente uma Mesa
Redonda Empresarial para explorar as oportunidades de investimento, onde foi apresentada a
Agenda de Investimento Global Getaway, que inclui mais de 135 projetos para tornar a
transição ecológica e digital justa, uma realidade para ambos os lados do Atlântico.
Ígor Lopes