Nelson Faria de Oliveira, secretário-geral da Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa
(CJLP), professor e advogado luso-brasileiro, foi um dos participantes, no dia 19 de setembro,
em Lisboa, no congresso ‘Liberdade, Meio Ambiente e Justiça’, promovido pelo Supremo
Tribunal de Justiça de Portugal (STJ), em parceria com a própria CJLP e apoio da Escola Paulista
da Magistratura (EPM), do Brasil. O evento integrou as comemorações dos 190 anos da
Suprema Corte portuguesa e reuniu juristas de países de língua portuguesa, como Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné, Macau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
O diretor da EPM, desembargador José Maria Câmara Junior, foi rececionado pelo presidente
do Supremo Tribunal de Justiça, juiz conselheiro Henrique Araújo, e reuniu-se com autoridades
e especialistas presentes ao evento, entre eles o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo
Carreiro Silva; o diretor do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), de Portugal, desembargador
Fernando Vaz Ventura; o presidente do Tribunal de Recursos do Timor-Leste, juiz Deolindo dos
Santos; o presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde, Benfeito Mosso Ramos; a
presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), a desembargadora Beatriz de
Lima Pereira; o secretário-geral da CJLP, professor Nelson Faria de Oliveira; magistrados
portugueses e os magistrados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) Carlos
Alberto Correa de Almeida Oliveira, Sulaiman Miguel Neto e Alfredo Attié Júnior, além de
advogados portugueses e brasileiros, dentre eles, Laercio Monteiro Dias.
O diretor da EPM disse ser uma honra para a Escola Paulista da Magistratura participar no
valioso seminário, com o seu apoio institucional e propósito de novos protocolos para futuros
eventos. Saudou o presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal, juiz conselheiro
Henrique Araújo, o embaixador do Brasil, Raimundo Carreiro Silva, as moderadoras
desembargadoras Gabriela Cunha Rodrigues e Clarisse Gonçalves, o professor Nelson Faria de
Oliveira, secretário-geral da CJLP e membro da Casa do Brasil – Terras de Cabral, os painelistas,
os magistrados do STJ, brasileiros e todos os participantes do evento.
Na ocasião abordou aspetos gerais sobre o “Sistema brasileiro de precedentes”, anotando que
não é melhor ou pior do que o instituto existente no regime do Common Law, mas diferente.
Disse que a ferramenta contribui para promover decisões estáveis, coerentes, previsíveis,
paritárias e homogéneas.
Mencionou o Relatório Justiça em números, apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), que indica o recorde de demandas levadas ao Judiciário (31,5 milhões de processos em
2022). Fez uma apresentação sobre a estrutura do Poder Judiciário no Brasil, os números
expressivos do movimento judicial, somando 79.422.448 processos, em 30 de junho de 2023.
Destacou que Tribunal de Justiça de São Paulo possui 21.770.898 processos em andamento.
A partir dos dados impressionantes, que revelam a complexidade de todo o sistema judicial,
alertou ser indispensável o enfrentamento da chamada litigiosidade de massa, com a
multiplicidade de demandas versando sobre a mesma questão de direito. Anotou que “sem
margem de dúvida, as portas do sistema de Justiça estão abertas, e não falo aqui das portas da
arbitragem, na jurisdição privada, ou da modelagem do consenso, como a mediação ou a
conciliação”, lembrando que o sistema multiportas existe e funciona bem, desempenhando
relevante papel. Concluiu que “o que está e sempre esteve aberta mesmo, cada vez mais e
mais, é a porta do Poder Judiciário e que a nossa preocupação é como melhor receber,
processar e julgar as demandas”.
Ígor Lopes