No próximo dia 12 de outubro, acontece em Coimbra, Portugal, a inauguração oficial da Casa da
Cidadania da Língua, uma iniciativa liderada pela Associação Portugal Brasil 200 anos
(APBRA), fruto de um protocolo assinado entre esta entidade e a Câmara Municipal de Coimbra.
Dentre as atividades previstas para esta Casa, estão palestras, ciclos de debates, residências
artísticas, publicações, podcasts, saraus, exposições e a criação de um Observatório de Liberdade
de Expressão dos Países de Língua Portuguesa. Toda esta dinâmica vai acontecer nas instalações
da Casa da Escrita, em Coimbra, local há muito tempo sem programação permanente.
Com a coordenação do empresário português José Manuel Diogo, há cinco anos diretor da
Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira em Lisboa e cofundador – com o ex-reitor da
Universidade de Coimbra João Gabriel Silva – da Associação Portugal Brasil 200 anos
(APBRA), a equipa que a associação constituiu para assegurar a programação da Casa é
composta pelo gestor cultural Carlos Moura Carvalho, de Portugal, pela poeta e vencedora do
Prémio Jabuti 2023, Luiza Romão, do Brasil, e pela professora universitária Célia Sousa, de
Portugal, além do escritor e gestor cultural André Augustus Diasz, do Brasil. No caso de
Coimbra, conta ainda com o músico e técnico superior Rafael Nascimento, português.
Para André Augustus Diasz, um dos curadores da Casa, “é importante nomear os projetos já
desenvolvidos pela APBRA, especialmente a notável curadoria do projeto 200 anos 200 livros,
desenvolvido em parceria com a Folha de S. Paulo e a Universidade Federal de Minas Gerais, o
podcast e videocast “Gente de cá e de lá” que acontece presencialmente nos dois lados do
Atlântico, o Ciclo Cidadania da Língua ou a parceria com o Sesc no Ciclo “Perguntas sobre o
Brasil” que já vai na 22ª edição”.
Este responsável salientou ainda “essa disruptividade” que é a possibilidade da ideia de cidadania
da língua, bem como os seus benefícios para o mundo dos seus falantes.
“Penso que, simbolicamente, a Casa da Cidadania da Língua é o mito fundador e o anúncio de
uma outra forma de conviver, de se relacionar, de viver, na sua dimensão mais ampla, uma
cultura forjada na língua, na língua portuguesa. E, evidentemente, Coimbra, como farol histórico
dessa ação, fazendo jus ao passado de cidade inventiva, criativa e desbravadora”.
“O imóvel classificado, inserido no perímetro da “Alta de Coimbra”, há uma década declarada
Património da Humanidade pela Unesco®, vai tomar a denominação de Casa da Cidadania da
Língua® e será a única em Portugal continental”, adiantou o presidente do município, José
Manuel Silva, um antigo bastonário da Ordem dos Médicos portugueses e o primeiro cidadão
independente a tornar-se presidente da autarquia.
Para José Manuel Diogo, o acordo agora celebrado entre a autarquia de Coimbra e a APBRA,
que desenvolve a sua atividade principalmente no Brasil, nos estados de São Paulo, Pernambuco,
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, e que tem a duração de dois anos, vai
possibilitar trazer Portugal para uma posição de destaque no debate global que hoje acontece
sobre os desafios e oportunidades que a mobilidade global coloca às sociedades contemporâneas
e às democracias.
“Numa altura em que o número de estrangeiros residentes em Portugal ultrapassa o milhão — só
brasileiros são mais de 500 mil, cerca de 5% da população lusa — e cresce diariamente, é preciso
cuidar das questões de integração social, cultural e económica e institucional, destacou José
Manuel Diogo.
Para celebrar o momento, no próximo dia 12, a cidade de Coimbra apresenta uma vasta
programação social e cultural que leva a Coimbra personalidades de vulto da literatura, da
cultura e das artes. A programação apenas feita de inéditos: o concerto “Na Ponta da Língua”; do
Músico Premiado com o Grammy Latino em 2021, Zeca Baleiro, com a participação de Sérgio
Godinho; “real-imaginário”, uma exposição de pintura de Chico Diaz, a “palestra Criola” por
Dino D’Santiago, a antestreia do documentário “o que é a cidadania da língua?” com autoria de
Duarte Forte e João Santana; e uma conversa sobre “Dicções de uma escrita feminista”, com as
escritoras Luiza Romão e Rute Simões Ribeiro.
No dia da inauguração, a Associação, que já conta com importantes parcerias nos seus projetos
culturais, como o Senado Federal brasileiro, a Universidade de Coimbra e o Município de
Coimbra em Portugal, o Instituto Camões e o SESC São Paulo, vai assinar cerca de 30 acordos
de cooperação técnica com instituições e empresas dos dois lados do Atlântico, incluindo a Casa
do Brasil – Terras de Cabral e a Associação Mais Lusofonia.
A Casa da Cidadania da Língua é fruto do acordo de cooperação entre uma associação sem fins
lucrativos, um município português e o órgão legislativo brasileiro assinado em 2021. Para
celebrar a ocasião, a cidade portuguesa prestigia o presidente do congresso brasileiro, o senador
Rodrigo Pacheco, com a sua medalha de ouro.
Ao mesmo tempo em que os responsáveis anunciam futuras instalações no Brasil – em São Paulo
e Belo Horizonte – Coimbra, fazendo juz ao inegável prestígio de que goza, toma a liderança
inaugurando em Portugal a primeira Casa da Cidadania da Língua®.
Para conhecer o programa do dia 12 e participar no evento, é necessário inscrever-se neste link:
https://casadacidadaniadalingua.org/convite-casa-da-cidadania-da-lingua/
Para conhecer mais sobre a Casa da Cidadania da Língua, acesso o site:
https://casadacidadaniadalingua.org/
Ígor Lopes