O Governo escolheu a consultora Deloitte para realizar uma auditoria especial ao Novo Banco que vai passar a pente fino os actos de gestão que motivaram as injecções de capital do Fundo de Resolução que estão perto dos 3.000 milhões de euros.
O Público detalha que esta nova auditoria ao Novo Banco vai incluir a venda de carteiras de imobiliário e de crédito malparado a Fundos, no âmbito da “limpeza” que tem sido levada a cabo na entidade financeira que nasceu das cinzas do BES, em 2014.
Estas vendas motivaram perdas avultadas para o Banco, resultando em várias injecções de capital do Fundo de Resolução. Nos primeiros nove meses deste ano, o Novo Banco apresentou um prejuízo de 572 milhões de euros.
Em 2020, o Banco deverá voltar a solicitar nova ajuda do Fundo de Resolução, apontando-se para uma nova injecção de capital da ordem dos 850 milhões de euros. O valor total do apoio financeiro ao Banco está perto dos três mil milhões de euros.
“Os actos de gestão subjacentes à chamada de capital do Novo Banco ao Fundo de Resolução em 2019 estão incluídos no âmbito da Auditoria Especial“, aponta uma fonte oficial do Ministério das Finanças ao Público.
A consultora Deloitte foi a seleccionada para analisar decisões tomadas por Ricardo Salgado (ainda no BES), por Vítor Bento, por Stock da Cunha e por António Ramalho, o actual líder do Novo Banco, como avança o mesmo jornal.
A auditoria especial vai abranger “operações de crédito, incluindo concessão, garantias, restruturação ou perdão de dívida, dações em cumprimento ou execução de garantias, venda de carteiras de crédito ou transferência para fundos de reestruturação; decisões de investimento, expansão ou desinvestimento realizadas em Portugal ou no estrangeiro; e decisões de aquisição e alienação de ativos”, como já tinha anunciado o Ministério das Finanças numa nota ao Expresso em Julho passado.