O Ministério Público (MP) considera que a Inland, empresa do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi beneficiada no âmbito da fraude no Banco Espírito Santo (BES). O dirigente terá sido um dos “clientes privilegiados” que lucrou com o processo.
Um dado avançado pela revista Sábado que teve acesso aos autos do processo do BES, onde o MP refere que o Banco ajudou a Inland através da sociedade Eurofin, com sede na Suíça.
Além das operações financeiras que terão servido para mascarar as contas do BES, a Eurofin também se terá dedicado a retirar “activos stressados” do balanço do banco e terá sido usada para a reestruturação da dívida de “clientes privilegiados” como a Inland, segundo aponta o MP.
A Imobiliária de Luís Filipe Vieira terá beneficiado de vários veículos Eurofin, mas Vieira referiu à Sábado não ter conhecimento disso.
Além da Inland, também a Obriverca, outra empresa de que Vieira foi sócio e de onde saiu em 2011, terá beneficiado com o esquema fraudulento do BES através da Eurofin.
Vieira já disse que nunca foi ouvido como testemunha, nem como arguido no processo do BES.
Em 2017, foi notícia que Vieira e o Novo Banco, que surgiu das cinzas do BES, acordaram a reestruturação de parte da dívida das empresas do presidente do Benfica. O valor da dívida rondaria os 400 milhões de euros.
A Sábado lembra que uma parte da dívida “foi incluída num fundo de reestruturação, gerido pela Capital Criativo, empresa de Nuno Gaioso Ribeiro, vice-presidente do Benfica, e da qual Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, também é accionista”.
O MP terá apreendido diversos emails que indiciam que Vieira teria “um papel activo nos negócios da Capital Criativo”, embora não integrasse a sua administração, nem tivesse participação na empresa.