Manuel Pinho é suspeito de alegadamente ter favorecido o GES na atribuição de Potencial Interesse Nacional aos projetos das herdades da Comporta e do Pinheirinho.
A aprovação das herdades da Comporta e do Pinheirinho como projetos de Potencial Interesse Nacional (PIN) estão a chamar a atenção do Ministério Público (MP), que suspeita que o antigo ministro Manuel Pinho terá favorecido o Grupo Espírito Santo (GES) neste processo. A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Público.
A Comporta era detida pelo GES através da Rioforte e tinha investimentos superiores a 1130 milhões de euros. Já a herdade do Pinheirinho ia ser alvo de um financiamento do Banco Espírito Santo, no valor de 167 milhões de euros.
O Ministério Público suspeita então que o processo de atribuir a ambas as herdades o estatuto de PIN estaria relacionado com os pagamentos mensais de quase 15 mil euros que Manuel Pinho recebia do GES.
O favorecimento está agora a ser investigado pelo MP, que, segundo o diário, já estará a chamar testemunhas — nomeadamente gestores da Rioforte — para depor. As suspeitas surgiram no decorrer da investigação do “Caso EDP”, onde Manuel Pinto é arguido, e terá alegadamente recebido 4,5 milhões de euros da fornecedora energética e do Grupo Espírito Santo em troca de favores.
No que toca ao caso das rendas excessivas da EDP, o antigo ministro da Economia deveria ter sido ouvido no dia 10 de setembro. Contudo, devido a uma questão técnica relacionada com um dos arguidos, Pinho acabou por não ser ouvido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).