O ex-secretário de Estado do Tesouro do Governo de José Sócrates, Carlos Costa Pina, que ocupa, actualmente, o cargo de administrador executivo da empresa, chegou à petrolífera depois de ter tomado decisões que estão na base de uma longa batalha judicial com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Esta ligação entre a contratação de Carlos Costa Pina por parte da Galp e o diferendo que a empresa mantém com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) é feita pelo Público.
O jornal lembra que enquanto esteve no Governo de Sócrates, Carlos Costa Pina aprovou as reavaliações das redes de gás natural da Galp. Essa decisão acabou por levar a petrolífera, em conjunto com a Portgás, que pertencia à EDP e que hoje integra a REN, a contestar em tribunal as tarifas que a ERSE tem aprovado desde 2010.
As duas empresas argumentam que não estão a receber os valores previstos nos contratos de concessão que foram aprovados em 2008. Deste modo, pretendem que a ERSE altere os seus cálculos, de modo a viabilizar que recebam as compensações a que consideram ter direito.
A decisão de Carlos Costa Pina que despoletou este processo judicial foi tomada em 2008. O ex-Secretário de Estado foi contratado pela Galp em 2012, cerca de um ano depois da queda do Governo de José Sócrates.
A Galp entende, contudo, que não há quaisquer conflitos de interesses, conforme declarações de fonte oficial da empresa ao Público. “Não existe e nem podia existir qualquer questão de incompatibilidade ou conflito de interesses”, alega a petrolífera.
O julgamento do diferendo que opõe a Galp à ERSE ainda não tem data marcada.