Uma rede de criminosos com origem na Europa de Leste montou um esquema de lavagem de dinheiro roubado em ataques informáticos através de Bancos de países como Portugal.
Esta “cibermáfia”, como é apelidada pelo Jornal de Notícias (JN) que dá conta do caso, criou 16 empresas de fachada em Portugal para, assim, conseguir abrir 147 contas bancárias em instituições financeiras que operam no nosso país.
Em causa estão bancos como a Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o BPI, os CTT, o Montepio, o Bankinter e o Best que movimentaram verbas de mais de 10 milhões de euros provenientes deste grupo criminoso, de acordo com dados que constam de um processo judicial que corre nos EUA e que são divulgados pelo JN.
Entre as vítimas dos ataques informáticos investigados estão vários norte-americanos, incluindo um arquiteto e um empreiteiro, além de empresas de tecnologia, de material médico e uma sinagoga.
Portugal seria a principal base do esquema de lavagem de dinheiro, ainda de acordo com o JN. Mas a rede que actuava sob o nome QQAAZZ terá também aberto empresas de fachada em Espanha, Alemanha, Itália, Turquia, Grécia e Reino Unido.
O grupo criminoso terá origem na Letónia, mas também será constituído por cidadãos da Geórgia e da Bulgária.
O QQAAZZ lucrava entre 40% a 50% com os valores “lavados” e chegava até a anunciar os seus serviços de branqueamento de capitais em fóruns na Internet, habitualmente frequentados por cibercriminosos.
O esquema terá durado ao longo de quatro anos com a rede mafiosa a usar cartões de cidadão e passaportes falsificados, sem que as autoridades ou as instituições bancárias tivessem desconfiado de nada.
O rasto do dinheiro perdia-se com a movimentação por várias contas, chegando aos cibercriminosos “limpinho”. Nalguns casos, era convertido em criptomoeadas.