A decisão de antecipar o encerramento das centrais portuguesas a carvão em cerca de uma década, como anunciou António Costa na tomada de posse do Governo, vai reflectir-se nos preços que os consumidores pagam pela electricidade.
António Costa anunciou, na cerimónia de tomada de posse do Governo, a meta de encerrar já em 2021 a central do Pego, detida pela Endesa, e de fechar a central de Sines da EDP dois anos depois. Esta decisão antecipa o fim do carvão em Portugal em cerca de uma década, o que vai ter repercussões na factura da luz.
O fecho das centrais do Pego e de Sines em 2030 fomentaria aumentos de 7,2% nos preços da electricidade entre 2030 e 2040, segundo um estudo do Department of Economics do College of William and Mary, nos EUA, como cita o Dinheiro Vivo.
Mas antecipar o fim do carvão em quase uma década vai fazer com que esse impacto nos preços da luz chegue mais cedo.
“Em geral, o encerramento resultará num aumento dos preços da electricidade”, aponta o dito estudo citado pelo Dinheiro Vivo, frisando que “o sistema eléctrico vai ajustar-se ao fim destas centrais substituindo parcialmente a geração de electricidade com origem no carvão por gás natural“.
“Sempre que possível, a expansão do investimento em energias renováveis (hídrica, eólica e solar) irá contribuir para gerar electricidade com uma melhor relação custo/eficácia e compensar o fim do carvão”, acrescenta ainda o estudo.
A forte aposta nas energias renováveis ao nível da Península Ibérica é, assim, uma mais-valia para os consumidores nacionais. Portugal e Espanha serão, desta forma, os “mercados com maiores descontos nas tarifas a partir de 2023 e são os únicos que registarão mesmo uma quebra real nos preços nos próximos cinco anos”, de acordo com o estudo citado pelo Dinheiro Vivo.
Já a Alemanha deverá ficar com a luz mais cara da Europa nos próximos anos, à medida que as centrais de carvão do país fecharem.