A Federação Nacional das Associações de Feirantes admite a realização de uma marcha de protesto em Lisboa contra a suspensão de feiras e mercados, medida anunciada este sábado pelo Governo como parte de uma série de restrições que vão entrar em vigor na quarta-feira em 121 concelhos.
Os comerciantes afirmam que nova regra do Governo “é uma facada nas costas” e apelam à intervenção do Presidente da República para que o setor não seja prejudicado no âmbito do combate à pandemia.
Joaquim Santos, presidente da Federação Nacional das Associações de Feirantes, diz em declarações à Renascença que “isto é uma facada nas costas que o Governo está a dar a todos os que operam em mercados e feiras”.
O representante dos feirantes e produtores relembra que “ainda não tínhamos sequer recuperado de um confinamento em que fomos dos primeiros a fechar e quase os últimos a retomar atividade e sofremos outra paragem”, lembrando que o setor é o único que foi proibido de operar, ao contrário dos restantes setores em que haverá apenas limites e restrições de horários.
Depois de um Conselho de Ministros extraordinário convocado por António Costa, o Governo decidiu alargar o confinamento parcial já implementado em três concelhos do Norte a um total de 121 concelhos do país, o que vai afetar cerca de 70% da população portuguesa.
Uma das regras decididas é a proibição de feiras e de mercados. Já no que toca a estabelecimentos comerciais e restauração, os primeiros poderão funcionar até às 22h e os segundos até às 22h30.
Perante a situação, a Federação Nacional de Feirantes apela a Marcelo Rebelo de Sousa que intervenha, lembrando que tem cumprido todos os planos de contingência e regras impostas pela DGS e pelo Governo.
“Pedimos ao sr. Presidente da República, a única réstia de esperança, que não valide esta inconstitucionalidade e esta discriminação”, afirma Joaquim Santos, que garante que o setor aceita restrições, mas não trabalhar não é solução.
Neste sentido, o presidente da Federação Nacional de Associações de Feirantes dá como exemplos “reduzir os horários” e também diminuir o limite máximo de pessoas autorizadas a estar em cada recinto ao mesmo tempo.