Em 2023, Portugal destacou-se entre os países da União Europeia (UE) com uma elevada proporção de trabalhadores na faixa etária dos 55 aos 64 anos. De acordo com dados divulgados pelo Jornal de Negócios, com base em um relatório da Eurofound — agência tripartida da UE especializada em condições de trabalho — o país ocupa o sexto lugar no ranking europeu, com 20,5% dos seus trabalhadores pertencendo a esse grupo etário. Apenas Alemanha, Itália, Bulgária, Letônia e Lituânia apresentam percentuais mais elevados.
Além disso, Portugal figura entre os quatro países da UE com o maior crescimento na participação de profissionais mais velhos no mercado entre 2010 e 2023. Esse aumento acompanha uma tendência observada em toda a União Europeia, onde a média passou de 13,1% para 19,8% nesse mesmo período.
O relatório destaca que, embora a maioria dos países esteja promovendo reformas para postergar a saída do mercado de trabalho — elevando a idade de aposentadoria — prolongar a vida profissional requer mais do que ajustes legais. É necessário garantir condições adequadas para que trabalhadores mais velhos permaneçam ativos, saudáveis e produtivos.
No caso português, a tendência pode ser explicada por fatores demográficos, como o envelhecimento acelerado da população, e também por elementos institucionais. O país possui a quinta maior idade legal de aposentadoria entre os Estados-Membros, além da maior idade efetiva de reforma para homens (66,6 anos) e a terceira mais alta para mulheres (65,6 anos), de acordo com os mesmos dados.
Essa conjuntura aponta para desafios e oportunidades no campo das políticas públicas, que precisam considerar o envelhecimento ativo e a valorização da experiência dos profissionais mais seniores no mercado de trabalho.