A jurista Bénédicte de Perthuis, responsável pelo processo que resultou na condenação de Marine Le Pen por má gestão de verbas europeias, encontra-se sob vigilância das forças de segurança após ser alvo de múltiplas intimidações violentas. A decisão de proteção, considerada essencial por autoridades governamentais, ocorreu após a especialista em delitos econômicos sofrer intensa campanha de ódio em plataformas digitais, especialmente em círculos ultranacionalistas.
O veredito, que impôs uma sanção de cinco anos de inelegibilidade à política francesa, desencadeou uma série de ataques pessoais contra os membros do tribunal, incluindo apelos explícitos à agressão física.
Durante o processo, a magistrada enfatizou que a aplicação da legislação deveria ocorrer de forma imparcial, independentemente do perfil dos réus.
Fontes vinculadas ao caso revelaram ao periódico Le Figaro que a juíza conta agora com rondas policiais frequentes em seu domicílio parisiense. As investidas contra a jurista não constituem um episódio isolado, tendo outros operadores do direito envolvidos no julgamento enfrentado situações similares.
Diante desses eventos, tanto o titular da pasta da Justiça quanto outras autoridades públicas ressaltaram a necessidade de preservar a autonomia do sistema judiciário e condenar veementemente tentativas de coerção ou violência.
O chefe de Estado francês emergiu como um dos principais defensores da independência judicial, sublinhando a obrigação de resguardar os servidores da justiça. Emmanuel Macron declarou que “os magistrados merecem proteção”, referindo-se especificamente às ameaças sofridas por De Perthuis e seus colegas após a decisão judicial.