A equipa do “Programa Tatô”, uma ONG, coordenada por Betânia Ferreira, Sara Vieira e Maria Branco, viu premiado um esforço de vários anos na luta pela defesa das tartarugas marinhas em São Tomé.
O galardão, que é atribuído pela Fundação Príncipe William, tem o nome do próprio e também significa um cheque de 100 mil libras (cerca de 110 mil euros) para o financiamento e gestão do projeto nos próximos três anos.
Hipólito Lima, um cidadão são-tomense que há quase três décadas trabalha na proteção de tartarugas nas praias locais, foi o escolhido para representar o “Programa Tatô” na gala, desta vez em formato online devido à pandemia, que contou com a participação em vídeo do próprio herdeiro ao trono da coroa britânica.
Desde 2014, uma equipa de 80 pessoas faz um trabalho “a nível técnico e social, no terreno e à distância, em articulação com as autoridades governamentais e não governamentais de São Tomé e Príncipe”, com o objetivo último de evitar a extinção de uma espécie que é legalmente protegida (a caça e o comércio de tartarugas marinhas são ilegais em São Tomé desde 2014).
Betânia Ferreira, de 41 anos, é a diretora do projeto, que tem Sara Vieira, de 35 anos, como coordenadora técnica, e Maria Branco, de 28 anos, como assistente de coordenação. As três são portuguesas e biólogas marinhas.
“Sensibilizar a população local, apostar na literacia e na comunicação e obter um impacto a longo prazo junto das crianças”, para além da ação concreta nas praias, são algumas das estratégias do “Programa Tatô”, que recebeu o nome de uma das espécies de tartarugas mais comuns do Norte de São Tomé.
Betânia tem dedicado anos de vida a uma paixão que também já a levou ao Brasil, a Angola e à Guiné-Bissau, sempre com as tartarugas em pano de fundo.
“Procurar fontes de financiamento faz parte do nosso dia a dia e foi, por isso, que fizemos a candidatura aos “Tusk Awards”. Não estávamos à espera de ganhar este prémio. O “Programa Tatô” é nosso, mas também é cada vez mais das pessoas de São Tomé, até porque não vamos estar lá para sempre”, afirmou.