O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, alertou que o país enfrentará um aumento significativo nos gastos com defesa nos próximos anos, mas ressaltou que este investimento poderá gerar retorno econômico se o setor industrial da defesa for impulsionado. Em discurso feito nesta sexta-feira, o chefe do governo destacou que, apesar dos custos, a área da defesa é uma questão estratégica e estrutural para o país, especialmente no que diz respeito ao cumprimento dos compromissos com aliados internacionais.
“Não há como evitar. É uma questão estratégica, é uma questão estrutural, é uma questão de cumprir o compromisso do nosso país para com os nossos aliados”, afirmou Montenegro, durante sua visita à Força Nacional Destacada na base de Caracal, na Romênia. Ele reforçou que o aumento nos investimentos será essencial para garantir a segurança nacional e internacional, mas também defendeu que o país tem condições para alavancar sua capacidade produtiva na indústria de defesa.
Montenegro sugeriu que Portugal deve aproveitar a oportunidade para desenvolver as indústrias de defesa e as indústrias conexas, como as de armamentos, munições, veículos e equipamentos militares. O primeiro-ministro acredita que, ao investir nessas indústrias, o país poderá criar empregos e gerar riqueza, além de reduzir a dependência de compras externas.
“Se não fizermos isso, vamos gastar o mesmo dinheiro comprando de outros países o que já podemos produzir”, afirmou, ressaltando a importância de ter autonomia na produção de equipamentos militares. O líder também abordou a possibilidade de revisar a meta de investir 2% do PIB em defesa até 2029, considerando que a situação exige uma abordagem mais ambiciosa.
A visita de Montenegro à Romênia foi uma oportunidade para elogiar as mais de 200 tropas portuguesas que fazem parte da missão da NATO no país. Ele destacou o papel estratégico dessas forças, que, embora distantes de Portugal, estão defendendo os valores fundamentais do país, como a paz, a soberania dos territórios e os direitos humanos.
“O que fazemos aqui, na Romênia, é defender Portugal e nossos valores”, concluiu o primeiro-ministro.