Uma operação policial nessa quinta-feira no Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou 25 mortos, a mais letal da história da cidade.
Um dos mortos foi o policial civil André Leonardo de Mello Frias, de Delegacia de Combate às Drogas. A Polícia Civil afirmou que os outros 24 assassinados eram criminosos, mas não divulgou seus nomes nem a maneira como eles morreram.
O delegado Ronaldo Oliveira negou que tivesse havido execução: “Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu”.
Segundo a PC, essa foi uma operação contra o crime organizado e que avisou o Ministério Público sobre a ação, como determina o Supremo Tribunal Federal (STF). Desde junho do ano passado, o STF tinha suspenso operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, com o Ministério Público sendo avisado.
Por outro lado, o MP informou que foi comunicado “logo após o seu início, sendo recebida às 9h”. A operação, o órgão alega, foi feita para cumprir prisão preventiva e buscas e apreensão contra traficantes. Até o final da tarde tinham sido apreendidos:
- 16 pistolas
- 6 fuzis
- 12 granadas
- 1 submetralhadora
- 1 escopeta
Além disso, o Ministério Público afirmou que está investigando o caso, e que denúncias de abuso policial foram recebidas em seu plantão de atendimento.
A Polícia Civil afirma que lançou a operação após receber denúncias de que traficantes locais estariam aliciando crianças e adolescentes para a prática de ações criminosas.
Entidades de direitos humanos condenaram a operação e pedem que eventuais irregularidades sejam investigadas.
Já governador Cláudio Castro divulgou uma nota lamentando as vidas perdidas, mas também “que um território tão vasto seja dominado por uma facção criminosa que usa armas de guerra”.
“A ação foi pautada e orientada por um longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação, que demorou dez meses para ser concluído”, diz comunicado assinado por Castro. “Para garantir a transparência e a lisura da operação, todos os locais de confrontos e mortes foram periciados.”