As pesquisas sobre a genética humana e a sua influência não só nas características físicas do indivíduo, mas também psicológicas, emocionais, hábitos e predisposição a doenças, tem avançado cada vez mais, o que permite entender melhor uma série de condições.
Um novo estudo, publicado na revista científica The American Journal of Psychiatry, indicou relações genéticas com tendências suicidas. O estudo cruzou dados de 43.871 tentativas de suicídio e 915.025 informações genéticas, o que permitiu identificar 12 variações genéticas que têm relação com tentativas de suicídio, assim como outras condições de saúde, como hiperatividade, défict de atenção, maior impulsividade e propensão ao tabagismo.
É possível “prever” um suicida através da genética?
De acordo com o Pós PhD em neurociências e especialista em genómica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, genes isolados não causam efetivamente suicídios, mas um conjunto de genes pode gerar alertas.
“Não é apenas por ter determinado gene que você irá cometer suicídio, é preciso analisar por um aspecto mais amplo, no estudo, por exemplo, 12 variações foram identificadas, elas servem como um alerta, por isso é tão importante realizar testes genéticos. Existem estimativas de herdabilidade entre gêmeos e famílias entre 30% a 55% que também devem ter atenção”.
“Ter predisposição alta a alguma condição não quer dizer que vai acontecer, mas é um alerta para aumento de probabilidade. Os testes genéticos não existem para assustar e sim para prevenir“, ressalta Dr. Fabiano.
Testes genéticos para se conhecer melhor
“Com base neste estudo, já conseguimos ver através do teste genético a predisposição da pessoa a essa possibilidade de risco. Com um simples teste de ancestralidade nessas empresas internacionais fazemos a imputação e conseguimos o resultado a partir deste sequenciamento“.
“Realizar testes genéticos permite se conhecer melhor e direcionar de forma mais eficaz seus esforços para seus pontos de maior atenção”, destaca Dr. Fabiano.