Marta Temido falava aos jornalistas no Porto depois de um conjunto de reuniões de trabalho na região do Tâmega e Sousa.
O Hospital de Penafiel, que chegou a registar 10% dos internamentos covid-19 a nível nacional, está no “centro do furacão”. A afirmação é da ministra da Saúde, Marta Temido, que assegurou que foram assumidos compromissos para garantir meios imediatamente.
“O Hospital de Penafiel está numa área que sabemos que geograficamente está no centro do furacão neste momento. Nenhuma unidade do Serviço Nacional de Saúde [SNS] está livre de sofrer uma pressão (…). [Esta manhã] foram assumidos esses compromissos e não faltarão meios para resolver as necessidades assistenciais imediatamente”, disse Marta Temido.
Marta Temido disse que o Hospital de Penafiel registou “algum alívio fruto de um conjunto de transferências que aconteceram nos últimos dias”, dando como exemplos o Hospital Fernando Pessoa, uma unidade privada em Gondomar, entre outras do SNS.
A deslocação da ministra da Saúde no Norte incluía, em Lousada, uma reunião com direção executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Norte e com autoridade de saúde local, bem como visita ao Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde se reuniu com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).
Em causa está um centro hospitalar que dá apoio a uma região, Tâmega e Sousa, que tem sido alvo de preocupações devido ao aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus. Só na terça-feira, este hospital registava 235 internados, dos quais 11 em cuidados intensivos.
Esta situação gerou um pedido de ajuda pelo presidente do conselho de administração do CHTS, Carlos Alberto Silva, à direção da Administração Regional de Saúde do Norte.
“Já tenho 30 internados na urgência outra vez e hoje é segunda-feira, dia particularmente difícil. Se tiverem médicos de clínica geral que possam vir fazer urgência era bom porque tivemos aqui alguns positivos que fragilizaram as escalas. Está complicado”, referia o ‘email’ de Carlos Alberto Silva, datado de segunda-feira, ao qual a Lusa teve acesso.
Questionada se já foi dada resposta a este pedido, Marta Temido admitiu que “neste momento o mercado não tem a disponibilidade” de profissionais que teve no passado, tendo reforçado a ideia de que estão a ser procuradas e acionadas “respostas de proximidade”. (CM)