Uma pesquisa inovadora liderada pela neurocientista Maria Clea Marinho Lima, do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH), em colaboração com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, revelou novas descobertas sobre o papel do tálamo nas habilidades de leitura, aritmética e inteligência.
Publicado na revista Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, o estudo investigou a relação entre a atividade cerebral intrínseca do tálamo e o desempenho em leitura, aritmética e coeficiente de inteligência (QI) em adultos jovens. Utilizando imagens de ressonância magnética funcional em estado de repouso (rs-fMRI), os pesquisadores descobriram que a homogeneidade regional (ReHo) no tálamo, uma medida da conectividade funcional local, está associada ao desempenho nessas habilidades.
“Nossos resultados indicam que uma maior ReHo no pulvinar esquerdo do tálamo está relacionada a um menor desempenho em leitura, aritmética e QI”, explica a Dra. Marinho Lima. “Isso sugere que uma maior eficiência local em repouso pode levar a uma menor flexibilidade na reconfiguração da atividade cerebral para tarefas específicas.”
Em contraste, o estudo também revelou que uma maior atividade funcional intrínseca local no lóbulo parietal superior esquerdo, parte da rede de atenção dorsal, está associada a um melhor desempenho em leitura e QI.
“Esses achados fornecem novas evidências sobre os mecanismos cerebrais subjacentes às habilidades de leitura, aritmética e inteligência, e como eles podem estar relacionados à função talâmica e à atenção”, afirma o Dr. Agrela Rodrigues.
As descobertas do estudo têm implicações significativas para a compreensão das bases neurais da cognição e do aprendizado, e podem abrir caminho para o desenvolvimento de intervenções direcionadas a melhorar essas habilidades em indivíduos com dificuldades.
“No entanto, mais pesquisas são necessárias para investigar as complexas interações entre essas habilidades e suas bases neurais, e para determinar como podemos utilizar esse conhecimento para desenvolver intervenções eficazes”, conclui a Dra. Marinho Lima.