Cocaína é apreendida em contentor de origem brasileira, após denúncia; o porto de Roterdão é um dos maiores da Europa
Por Fernando Albuquerque, do Brasil
A operação teve lugar na segunda-feira, após cruzamento de informações entre as autoridades brasileiras, belgas e alemãs. As autoridades disseram que estavam a seguir a viagem há vários dias, a partir do porto de Hamburgo, na Alemanha. Acompanharam o Ro-Ro / Container – Carrier Gran Buenos Aires quando este atracou no porto de Hamburgo, na Alemanha, onde foram descarregados quatro contentores e, passados dois dias, partiu para o porto de Roterdão, na Holanda, com destino ao terminal Delta.
Assim que chegaram ao porto de Roterdão, nos Países Baixos, as autoridades começaram a monitorizar os dois contentores suspeitos e observaram, através das câmaras, dois funcionários a aproximarem-se das caixas e a embalá-las.
De acordo com informações obtidas junto das autoridades portuárias, na noite de segunda-feira, 10 de junho, os dois suspeitos regressaram após o trabalho para retirar a droga e colocá-la em 10 sacos de viagem com cerca de 30 pacotes de 1 kg de cocaína em cada um.
De acordo com o oficial de investigação, os contentores provenientes do Brasil são suspeitos e, na maioria dos casos, já foram inspeccionados nos portos brasileiros. No entanto, mesmo assim, segundo ele, alguns funcionários burlam o sistema e rompem os lacres para colocar a droga dentro e, com a ajuda de funcionários do navio, conseguem recolocar os lacres para tornar impercetível o rompimento dos lacres.
Entre 2021 e 2023, as autoridades apreenderam 109,2 toneladas de cocaína em portos e aeroportos do Brasil. Esses e outros dados inéditos foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, que também foi divulgada em rede nacional. Os portos de Santos e Paranaguá lideram o ranking de apreensões de drogas no Brasil com destino à Europa.
De acordo com as informações trocadas entre autoridades brasileiras e europeias, os líderes são dois brasileiros e um sérvio, que vêm sendo monitorados desde 2023. Os dois oficiais devem continuar a contar com a ajuda das autoridades brasileiras para identificar os líderes do grupo e os receptores.
A empresa proprietária do contentor será interrogada, enquanto o caso permanecerá em segredo até ao final da investigação.