Os profissionais de enfermagem da Unidade Local de Saúde do Algarve (ULS) decidiram convocar uma greve em três dias distintos de maio – 2, 8 e 9 – em protesto contra a falta de resposta da administração às suas reivindicações. A paralisação, organizada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), tem como principais demandas o pagamento de valores retroativos, a garantia de férias e o respeito aos dias de descanso semanal.
A greve ocorrerá em diferentes turnos ao longo dos três dias: no dia 2 de maio, os enfermeiros paralisarão durante os turnos da manhã e da tarde; no dia 8, a greve abrangerá todos os turnos (manhã, tarde e noite); e no dia 9, novamente os turnos da noite, manhã e tarde serão afetados. A decisão foi tomada após meses de tentativas frustradas de diálogo com o conselho de administração da ULS do Algarve.
Segundo o SEP, as reivindicações foram formalmente apresentadas em uma reunião no dia 19 de fevereiro e reforçadas em uma carta enviada no final de março, que não obteve resposta. “Em 31 de março, enviamos uma nova carta solicitando uma reunião urgente, com prazo até 11 de abril para uma resposta, mas não houve qualquer retorno”, explicou o sindicato em comunicado.
Os enfermeiros destacam que a ULS assumiu compromissos que não foram cumpridos, incluindo a não discriminação com base no tipo de vínculo empregatício e o pagamento de valores devidos desde fevereiro de 2019, além da decisão de não recorrer de sentenças judiciais favoráveis aos profissionais. “Nenhuma dessas promessas foi honrada, mantendo-se uma situação de discriminação inaceitável”, afirmou o SEP.
O sindicato também criticou a falta de solução para as dificuldades crônicas de contratação e retenção de enfermeiros na região do Algarve, problema agravado pelas más condições de trabalho. “É incompreensível que, em uma região com carências tão evidentes na área da saúde, os enfermeiros continuem a ser desrespeitados”, lamentou a organização.
A greve deve impactar os serviços de saúde no Algarve, pressionando a administração a retomar as negociações. Enquanto isso, os enfermeiros reforçam que a mobilização é uma medida extrema, mas necessária, para garantir direitos básicos e condições dignas de trabalho. A ULS do Algarve ainda não se pronunciou oficialmente sobre o anúncio da paralisação.