O número de cidadãos estrangeiros que trabalham e residem em Portugal ultrapassou os 500 mil em 2019, o que aconteceu “pela primeira vez na história” do país. Cerca de 40% destes cidadãos tem entre 15 e 34 anos, 43% tem o Ensino Secundário completo e têm, habitualmente, contratos precários e salários mais baixos do que os portugueses.
Estes dados são do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e indicam um “salto” na entrada de imigrantes em Portugal em 2019, com mais 34 mil do que em 2018, conforme divulga o Diário de Notícias (DN).
Em 2019, mais de 155 mil estrangeiros estavam a trabalhar em Portugal, quando em 2011, eram 151,5 mil. Os números estão, contudo, ainda longe dos 178 mil verificados em 2008, antes da crise.
Após a crise, o número de trabalhadores estrangeiros em Portugal desceu, atingindo em 2016 o valor mais baixo, com apenas 103 mil.
O ministro Eduardo Cabrita já tinha dito, no Parlamento, que “em 2019, pela primeira vez na nossa história, é ultrapassada a barreira do meio milhão de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal”. Em 2018, eram 490 mil.
O governante frisou também que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) passou de 35 mil para 135 mil novas autorizações de residência, comparando 2015 a 2019.
De acordo com o INE, 40% dos estrangeiros que residem em Portugal têm entre 15 e 34 anos, ultrapassando “a proporção de portugueses nessa faixa etária, que é de apenas 25,3%“, como analisa o DN.
Também no grupo dos jovens adultos, com idades entre os 35 e os 44 anos, “os estrangeiros empregados são proporcionalmente mais do que os portugueses”, salienta o jornal, notando que só na faixa dos 45 anos ou mais é que “a população portuguesa empregada apresenta uma relação maior”.
Dos estrangeiros residentes em Portugal, 43% tem o Ensino Secundário completo contra apenas 28,6% dos portugueses. No Ensino superior, os números são muito semelhantes.
Quanto a vencimentos, os estrangeiros ganham, em média, menos, como é habitual na imigração.