“A paz será mais segura com forças europeias no terreno e com o apoio dos norte-americanos”, declarou o presidente ucraniano.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou a 25 líderes europeus e aliados, reunidos numa videoconferência, mais clareza sobre as garantias de segurança em relação a um futuro acordo de paz.
“Devemos estabelecer uma posição clara sobre as garantias de segurança. A segurança é essencial para tornar a paz credível e duradoura. Devemos continuar a trabalhar nos contingentes que formarão a base das futuras Forças Armadas da Europa”, declarou, de acordo com uma publicação na rede social X. Segundo Zelensky, “a paz será mais segura com forças europeias no terreno e com o apoio dos norte-americanos. Compromissos claros devem ser assumidos sobre como este sistema irá funcionar”.
O chefe de Estado ucraniano, que esteve presente na conferência organizada hoje pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou também aos aliados para que aumentem os investimentos em capacidades militares e no reforço das capacidades aéreas. “Por favor, façam-no com a maior urgência. (…) Agradeço a todos aqueles que nos estão a apoiar nesta causa”, escreveu.
Por sua parte, a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, agradeceu a Starmer pela ação e reafirmou o apoio ao pacto de interrupção das hostilidades ucraniano.
“A Rússia deve agora mostrar a sua disposição para apoiar uma trégua que leve a uma paz justa e duradoura”, afirmou Von der Leyen nas redes sociais. Contudo, acrescentou, a UE “apoia o fortalecimento da Ucrânia e das suas Forças Armadas” e vai “aumentar os esforços para a defesa da Europa” através do acréscimo dos investimentos neste setor.
No fim da reunião, o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, concordou que é crucial manter a pressão sobre a Rússia para que aceite um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia. “É fundamental continuar a pressionar a Rússia para que esta se sente à mesa das negociações”, declarou, numa mensagem publicada na plataforma social X.
As propostas dos Estados Unidos e da Ucrânia para um cessar-fogo, afirmou, “também trazem esperança”, destacando que a Europa continuará a trabalhar de forma intensa em novas sanções contra a Rússia.
O chanceler alemão também instou a Rússia a trabalhar “finalmente” para uma paz “justa e duradoura” na Ucrânia, depois de ter participado na cimeira virtual convocada pelo seu homólogo britânico. “Agora é responsabilidade da Rússia pôr fim aos seus ataques diários às cidades ucranianas e às infraestruturas civis e seguir finalmente pelo caminho de uma paz permanente e justa”, disse Olaf Scholz, citado pelo seu porta-voz num comunicado, prometendo que a Alemanha continuará a apoiar Kiev até que esse objetivo seja alcançado.
Líderes de cerca de 25 países reuniram-se hoje numa videoconferência sobre o apoio à Ucrânia e a necessidade de garantias para sustentar um futuro acordo de paz. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, representou Portugal, e também participaram várias nações europeias, a Ucrânia, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia. A União Europeia e a NATO também estiveram representadas, segundo o governo britânico.
De acordo com Starmer, o grupo decidiu avançar para uma fase operacional, com uma reunião em Londres agendada para líderes das forças armadas “para estabelecer planos sólidos e eficazes para apoiar um acordo de paz e garantir a segurança futura da Ucrânia”.
“Este é o momento de começar a discussão sobre um sistema de gestão e controlo de uma trégua total” e “paz estável sustentada por robustos meios de segurança”, declarou. Essas garantias serão fornecidas por aquilo que designou como “Aliança dos Dispostos” [Coalition of the Willing], um conjunto de países prontos a integrar uma força de manutenção de paz com tropas ou recursos militares.