Membros da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), no Brasil, estiveram em Portugal para realizar contactos com instituições de ensino superior portuguesas com a participação logística da Câmara de Comércio da Região das Beiras (CCRB), entidade com sede em solo luso.
A comitiva brasileira foi liderada pelo reitor Dilmar Baretta e pelo professor Osmar Klauberg, subcoordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo e líder do Grupo de Pesquisa em Solos e Sustentabilidade – CNPq/UDESC.
O programa decorreu entre os dias 14 e 18 de novembro e contemplou reuniões formais com a Universidade de Coimbra, Universidade NOVA de Lisboa, Universidade da Beira Interior (Covilhã) e Universidade de Aveiro. Foram também visitados os Institutos Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco. Nesta última cidade, houve ainda reuniões de trabalho na Escola Superior Agrária, no Centro Tecnológico das Plantas da Beira Interior, no InovCluster e na Associação Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar – CATAA, bem como reunião com o presidente do município de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.
Em pauta estiveram planos de intercâmbio académico, cooperação em programas de investigação e bolsas de mobilidade para empresas. O reitor Dilmar Baretta sublinhou que “é muito importante esta relação entre as empresas e as universidades portuguesas e estrangeiras para promoverem o desenvolvimento de programas de inovação aberta”.
A possibilidade de parcerias envolvendo a co-tutela de estudantes, especialmente de pós-graduações ao nível de doutoramento com possibilidades de dupla titulação, isto é, o diploma nos dois países, o que poderá facilitar muito os catarinenses, foi outro dos temas tratados.
Segundo apurámos, os estudantes “poderiam ter o diploma brasileiro e, também, se ficarem um período tanto em Portugal como no Brasil, ter a dupla titulação”.
“Estas medidas iriam facilitar muito os catarinenses, permitindo que possam trabalhar em Portugal e vice-versa abrindo a oportunidade na empregabilidade”, disse Dilmar Baretta, que reforçou o papel da Câmara de Comércio da Região das Beiras em todo este processo afirmando que esta entidade é, sem dúvida, “uma facilitadora neste processo”.
“O desenvolvimento empresarial não pode ser realizado à parte das universidades. Por isso, queremos juntar empresas dos dois lados do Atlântico, mas, também, criar fortes vínculos académicos”, referiu Ana Correia, presidente da CCRB.
As reuniões ficaram marcadas também pelas discussões em torno da possibilidade de se fazer a cooperação entre Universidades e Institutos e de se firmarem protocolos. Por sua vez, a UDESC assumiu que “está disponível para receber professores em mobilidade e receber doutores para fazerem pós-doutorado em Santa Catarina, com bolsas internas e/ou patrocinadas”.
“Durante as visitas foi mencionado também que, tanto na UDESC como nas Universidades e Institutos visitados, os professores de referência nas diferentes áreas do conhecimento têm as portas abertas para se dar início ao intercâmbio nas áreas da pesquisa, da inovação, da investigação, da partilha de informações e da tecnologia e criar parcerias, o que levará sem dúvida à melhoria de publicações ao nível internacional, de alto impacto”, finalizaram os responsáveis pela universidade brasileira.
Este roteiro pelas instituições de ensino e investigação, “veio complementar o anterior périplo da Câmara de Comércio da Região das Beiras juntamente com Jatyr Ranzolin Junior, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil – Portugal em Santa Catarina por empresas e autarquias, na promoção da Feira Internacional de Negócios (FIN), que decorrerá em março de 2023 em Santa Catarina, no Sul do Brasil, um certame que deverá contar com a presença de dezenas de empresas, autarquias portuguesas e, agora, instituições académicas.
Para a presidente da CCRB, este “triângulo: Portugal – África – Brasil é fundamental para alavancar um mercado de enormes potencialidades”.
Ígor Lopes