Pelo menos nove pessoas internadas nos cuidados intensivos em Itália com covid-19 já foram curadas, depois de receberem plasma de pacientes recuperados.
De acordo com o jornal italiano Corriere della Sera, os doentes receberam o plasma rico em anticorpos contra o novo coronavírus desenvolvidos por pessoas que tiveram a doença, mas que já estão saudáveis.
O plasma é o material amarelado e aquoso onde as células que compõem o sangue estão dissolvidas. Quando um paciente recupera da covid-19, explica o Observador, os anticorpos contra o novo coronavírus também circulam no plasma.
Depois de ser testado, o plasma foi transferido para doentes em estado grave para fortalecer o sistema imunitário e permitir-lhes combater o SARS-CoV-2. O procedimento, que foi conduzido por uma escola politécnica após a autorização do Instituto Superior de Saúde, resultou.
Angelo Sferrazza, de 64 anos, e Daniela Gambarana, de 47, os dois primeiros doadores de plasma, disseram, em entrevista ao mesmo jornal italiano, que o combate à covid-19 foi “uma aventura difícil”. “São apenas 20 minutos e pode ajudar a salvar vidas”, explicaram.
A transfusão de plasma já tinha dado resultados promissores na China, no início da pandemia. Num estudo com cinco pacientes chineses, três tiveram alta e dois saíram de uma condição crítica após terem recebido o plasma de pacientes recuperados.
Nos Estados Unidos, não se sabe quantas pessoas já receberam este tratamento, mas a Food and Drug Administration (FDA) autorizou a utilização de plasma em doentes com covid-19 “com infeções sérias ou que ameaçam a sua vida”. Por outro lado, as autoridades de saúde norte-americanas sublinham que a estratégia não pode ser usada como mecanismo de prevenção da doença.