Europa, a misteriosa lua de Júpiter, é um “farol astrobiológico” a brilhar na escuridão profunda, sugere uma recente investigação.
Uma equipa de cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato, da agência espacial NASA, levou a cabo uma série de experiências que mostraram que o tipo de gelo que cobre a superfície da lua brilha sob radiação, uma descoberta que pode ajudar os investigadores a descobrir a composição química das suas planícies congeladas e oceanos subterrâneos.
O artigo científico, publicado na segunda-feira na Nature Astronomy, detalha que a equipa usou um espectrómetro para separar a luz em comprimentos de onda e relacionar os espectros a diferentes composições de gelo.
A maioria das observações foi feita com a luz do Sol refletida no lado diurno da lua de Júpiter, mas estes novos resultados mostram como seria Europa no escuro.
🌚☢️ As Europa orbits Jupiter, it withstands relentless pummeling of radiation. But as the particles pound the icy ocean-filled moon's surface night after night, day after day, they may also be doing something otherworldly: making Europa glow in the dark: https://t.co/LgaUpdVCt3 pic.twitter.com/t7uq4SBtmh
— NASA (@NASA) November 10, 2020
De acordo com o Space, o brilho é causado por eletrões energéticos que penetram na superfície, energizando as moléculas que estão por baixo. Quando essas moléculas relaxam, libertam energia na forma de luz visível.
“Nunca imaginamos que veríamos o que vimos. Quando tentamos novas composições de gelo, o brilho parecia diferente. E todos nós olhamos para ele e dissemos: ‘Isto é novo, certo? É definitivamente um brilho diferente’”, afirmou a investigadora Bryana Henderson.
“Quando apontamos o espectrómetro, cada tipo de gelo tinha um espectro diferente”, acrescentou a cientista. No fundo, se a lua de Saturno não estivesse sob esta radiação, teria a aparência da nossa lua, escura no lado sombreado. “Como é bombardeada pela radiação de Júpiter, brilha no escuro“, disse Murthy Gudipati, autor principal do estudo.
A cor e intensidade deste brilho noturno, que não deverá ser visível no lado diurno iluminado pelo sol de Europa, podem revelar detalhes importantes sobre a composição da casca de gelo da lua.
Os cientistas adiantaram ainda que a variação de cor varia entre esverdeado, azulado e esbranquiçado, dependendo da composição da superfície.