O setor da reabilitação urbana em Portugal registou, no mês de abril de 2025, uma ligeira desaceleração na sua atividade, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). O inquérito realizado junto das empresas do segmento aponta para uma quebra de 1,2% no Índice de Nível de Atividade, em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Esta desaceleração surge após um mês de março mais dinâmico, em que o Índice da Carteira de Encomendas havia registado um crescimento homólogo de 8,7%. Contudo, em abril, este indicador apresentou uma subida mais modesta de apenas 1,8%, sugerindo uma moderação na procura por novos projetos de reabilitação.
Apesar da retração nos índices de atividade e de encomendas, o indicador da Produção Contratada – que estima o tempo médio de trabalho assegurado pelas empresas – registou um aumento significativo. Em abril de 2025, o setor contava com uma média de 10,5 meses de produção contratada, um valor superior aos 9,6 meses verificados no mesmo período de 2024. Este dado revela uma maior confiança no mercado a médio prazo, apontando para um portefólio de obras mais sólido.
Outro dado de relevo prende-se com o licenciamento municipal de obras de reabilitação. Até março de 2025, foram emitidas 1.661 licenças, traduzindo um aumento acumulado de 6,4% face ao mesmo período do ano anterior. O destaque vai para os edifícios habitacionais, que registaram um crescimento expressivo de 15,7% no número de licenças. Em contrapartida, os edifícios não residenciais sofreram uma diminuição de 4,8%.
Os números mostram que, embora o ritmo da reabilitação urbana tenha abrandado em abril, existem sinais positivos de dinamismo, sobretudo no segmento habitacional. Ainda assim, o setor mantém-se atento aos possíveis desafios, como o contexto macroeconómico e as condições de financiamento, que poderão influenciar a recuperação sustentada desta atividade essencial para a revitalização das cidades.