Os lucros do BCP caíram 77,1% para 35,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, uma diminuição face aos 153,8 milhões de euros do mesmo período do ano passado, refletindo os efeitos da pandemia de covid-19.
De acordo com um comunicado do banco enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o resultado é “influenciado por provisões covid-19 de 78,8 milhões de euros”.
“Assim, a quebra face aos 153,8 milhões de euros apurados no trimestre homólogo do ano anterior decorreu em grande parte do aumento de 98,3 milhões de euros evidenciado pelas outras imparidades e provisões, que incluem também o reforço da provisão extraordinária constituída para os processos relacionados com os créditos à habitação concedidos em francos suíços pela subsidiária polaca”, pode ler-se também no comunicado do BCP enviado à CMVM e citado pela agência Lusa.
Em conferência de imprensa para a apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o CEO do BCP detalhou que o banco mudou de foco em tempos de pandemia. “Mudámos o foco do crescimento para a defesa do balanço. A defesa do banco passou a ser principal preocupação“, sublinhou Miguel Maya, citado pelo jornal Eco.
“Por prudência e antecipando uma crise severa, o banco pôs de parte 78,8 milhões [de euros]. São provisões genéricas e consideramos que são as adequadas numa perspetiva prudente. Vai depender muito da situação de confinamento e da retoma económica”.
Apesar da queda, nota ainda o mesmo jornal de economia, o resultado do BCP foi melhor do que o esperado pelo mercado, com os analistas do CaixaBank/BPI a apontarem para uma descida de 85% do lucro para 23 milhões de euros.