Centenas de trabalhadores bancários manifestaram em frente ao parlamento, em Lisboa, contra os despedimentos promovidos por vários bancos. A ação inédita foi organizada pelos sete sindicatos do setor.
Antes da manifestação, os representantes dos sete sindicatos foram recebidos pela vice-presidente da Assembleia da República, Edite Estrela. Os líderes do movimento deram declarações à Agência Lusa, explicando que deseja levar os bancos à mesa das negociações para que os processos de reestruturação em curso tenham em conta os interesses dos trabalhadores. Além disso, ele pede que as ações sejam faseados no tempo e se façam sobretudo através reformas antecipadas e sem a ameaça do despedimento coletivo.
Os sindicatos querem ainda que o poder político intervenha e não deixe acontecer mais despedimentos. Quando questionados sobre a mobilização dos bancários para uma greve nacional, dirigentes sindicais não descartaram a possibilidade.
Os trabalhadores acusam os bancos de estarem a despedir milhares de trabalhadores usando propostas de rescisão por mútuo acordo (sobretudo) e reformas antecipadas. Eles alegam ainda que os bancos estão ameaçando os funcionários de despedimento coletivo, criando “pânico e temor generalizado nos bancários, de forma a que desistam de lutar pelos seus direitos”.
Os sete sindicatos que representam os bancários são Mais Sindicato, Sindicato de Bancários do Norte, Sindicato dos Bancários do Centro (estes três sindicatos são ligados à UGT), Sintaf (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos e Sindicato Independente da Banca (estes três sindicatos independentes).
Por outro lado, os grandes bancos portugueses vão reduzir milhares de trabalhadores este ano. Vale lembrar que o setor perdeu cerca de 15 mil funcionários entre 2009 e 2020.