A constelação de satélites Copernicus Sentinel-2 fez um avanço significativo na monitorização da poluição atmosférica ao detectar plumas de dióxido de nitrogênio (NO₂) provenientes de centrais elétricas. Este avanço é destacado pela Agência Espacial Europeia (ESA), que revelou um estudo sobre a capacidade dos satélites em identificar e quantificar este poluente nocivo.
O dióxido de nitrogênio é um poluente com impacto significativo na qualidade do ar, no clima e na biosfera. A capacidade de detectar e medir suas emissões é crucial para entender seus efeitos ambientais e desenvolver estratégias de redução da poluição. O estudo revelou que os satélites Copernicus Sentinel-2, em colaboração com os satélites Landsat dos EUA, podem identificar e medir plumas de dióxido de nitrogênio com alta precisão.
O estudo focou em centrais elétricas na Arábia Saudita e nos Estados Unidos. Utilizando imagens das bandas espectrais azul e ultra-azul, os pesquisadores foram capazes de estimar as taxas de emissão de óxidos de nitrogênio em grandes centrais, como as de Riade e Wyoming. A análise de 13 anos da central elétrica 9 de Riade revelou variações sazonais significativas nas emissões, com picos durante o verão devido ao aumento do uso de ar condicionado.
Embora o dióxido de nitrogênio seja liberado por combustão de combustíveis fósseis e outras fontes, também ocorre naturalmente através de relâmpagos e incêndios florestais. Seus efeitos incluem problemas respiratórios e formação de smog, cuja cor castanho-amarelada é atribuída ao NO₂.
Antes do avanço recente, as concentrações de dióxido de nitrogênio eram monitoradas por satélites como o Sentinel-5P, mas com resolução insuficiente para identificar fontes específicas. Os Sentinel-2, tradicionalmente usados para monitorar cobertura do solo e vegetação, têm agora uma nova aplicação na monitorização da qualidade do ar devido à sua alta resolução espacial.
Com os avanços tecnológicos, os Sentinel-2 podem detectar plumas de dióxido de nitrogênio com detalhes, revelando a presença desse poluente em áreas específicas, como centrais elétricas. Combinando essas informações com dados de longo prazo dos satélites Landsat, é possível observar as tendências das emissões ao longo do tempo.
A missão Copernicus Sentinel-2 é composta por dois satélites idênticos em órbita, equipados com câmaras multiespectrais para captar imagens detalhadas da superfície da Terra. Em setembro, um terceiro satélite Sentinel-2 será lançado para expandir ainda mais essas capacidades de monitoramento.