Cibercriminosos estão a aproveitar-se da recente detenção do cofundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, para lançar campanhas fraudulentas de angariação de fundos, alertou a empresa de cibersegurança russa Kaspersky. Segundo a empresa, estas campanhas de phishing estão a ser disseminadas através de e-mails de spam, onde os criminosos se fazem passar por organizações de direitos humanos e solicitam doações para supostos esforços de defesa jurídica do empreendedor. As mensagens pedem que os destinatários enviem dinheiro para carteiras de criptomoedas, incluindo Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Tron (TRX). No entanto, qualquer doação feita vai diretamente para os hackers, uma vez que não há qualquer campanha oficial de angariação de fundos por parte da equipa de Durov.
A Kaspersky informou que os ataques são sofisticados e incluem estratégias para contornar filtros de spam, usando palavras comuns em campanhas legítimas, como “ajudar”, “doar” e “apoiar”. Os criminosos também se apresentam como representantes de organizações respeitáveis, como a Human Rights Defenders Network (HRDN) ou a Digital Rights Advocacy Network (DRAN), para aumentar a credibilidade das suas fraudes.
Andrey Kovtun, especialista em segurança de e-mail na Kaspersky, recomenda que os utilizadores sejam críticos e verifiquem a autenticidade das campanhas de doação antes de enviar qualquer quantia. Ele aconselha a confiar apenas em comunicações oficiais e fontes de notícias verificadas, e a desconfiar de e-mails que contenham linguagem e formatação incomuns ou pouco profissionais.
A detenção de Pavel Durov aconteceu após a sua chegada a um aeroporto perto de Paris e está ligada a uma investigação sobre a alegada conivência do Telegram em atividades ilícitas, que incluem fraude, tráfico de drogas, assédio cibernético, crime organizado e apologia do terrorismo. A sua prisão preventiva foi prolongada até quarta-feira.
Em resposta às especulações de que a detenção de Durov teria motivações políticas, o presidente francês, Emmanuel Macron, negou qualquer interferência política no caso. Ele sublinhou que é responsabilidade da Justiça agir de forma independente para fazer cumprir a lei, e que a França permanece comprometida com a liberdade de expressão, inovação e empreendedorismo, dentro dos limites estabelecidos para proteger os direitos fundamentais dos cidadãos.