O Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), um projeto da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), acaba de divulgar que, em 2020, foram realizados 884 procedimentos valvulares cardíacos, minimamente invasivos e por via percutânea, um crescimento muito pequeno de 3 por cento face ao ano anterior.
Entre janeiro e dezembro de 2020 foram implantadas, por via percutânea, 817 válvulas aórticas e realizados 67 procedimentos mitrais, numa incidência total de 86 procedimentos por milhão de habitante.Com o atual contexto pandémico, os cardiologistas de intervenção temem que os doentes não recebam o tratamento mais adequado.
Devido à idade e ao historial médico, as pessoas com doenças cardíacas estruturais, tais como estenose aórtica grave ou regurgitação mitral, são uma população de alto risco”, comenta Lino Patrício, coordenador da Campanha Corações de Amanhã, e acrescenta: “É importante os doentes não adiarem a sua intervenção, durante a pandemia COVID-19, uma vez que correm o risco de poder desenvolver estados clínicos graves, com consequências nefastas para a sua saúde”.O presidente da APIC, João Brum Silveira, esclarece “Todos os Laboratórios de Hemodinâmica do nosso país estão ativos e continuam a assistir regularmente as pessoas com doença cardiovascular.
As equipas de cardiologia de intervenção que trabalham nesses Laboratórios estão preparadas para trabalhar no contexto da pandemia por COVID-19.Por isso, as pessoas não devem evitar os seus tratamentos. Registamos a nossa preocupação com o medo que algumas pessoas possam sentir, mas reforçamos que existem circuitos seguros e que é importante manter o tratamento adequado”. A intervenção valvular minimamente invasiva para o tratamento de válvulas cardíacas foi introduzida em Portugal há mais de 10 anos e constitui, para alguns doentes, a única opção de tratamento.