Existe uma epidemia “silenciosa”, ocultada pela aceitação social, que afeta cada vez mais pessoas e compromete o comportamento e personalidade. Estamos a falar do narcisismo patológico.
O alerta é feito pelo neurocientista, mestre em psicologia e biólogo Dr. Fabiano de Abreu Agrela, autor de diversos estudos publicados sobre o assunto. Segundo ele, os índices de ansiedade e uso de dispositivos eletrónicos facilitam a instalação do que poderia ser considerada desde já uma doença.
“O narcisismo de forma exacerbada leva a sintomas que se tornam psicopatologias, as quais acarretam sintomas físicos e levam, inclusive, a diagnósticos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, entre outros.”
Há quem duvide da classificação do narcisismo como um transtorno, qualificando-o apenas como um traço de personalidade, no entanto, de acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o narcisismo patológico, principalmente por ser culturalmente aceite, representa um perigo para o futuro da sociedade.
“O narcisismo patológico é a formatação de um cérebro e um DNA, que será passado de geração para geração, enraizado em comportamentos culturalmente aceites, porém trazendo consequências sérias para o futuro, promovendo psicopatologias que se tornaram epidêmicas.”
O que é, afinal, o narcisismo patológico?
O narcisismo é uma admiração e valorização extrema por si mesmo. No entanto, em níveis mais elevados, o comportamento torna-se uma patologia que gera um super autoapego e necessidade de admiração e reconhecimento.
As pessoas que sofrem da patologia podem ser manipuladoras e abusivas com terceiros para conseguir aclamações. Comummente, usam de dissimulação para não passar a ideia de desequilíbrio, podendo dificultar a identificação do transtorno e até torná-lo socialmente aceite.
—
Mini biografia
Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.