A estação de Campanhã vai ser o terminal dos comboios de alta velocidade da futura linha Porto-Lisboa, mas para que isso aconteça será necessário uma nova ponte sobre o Douro, que deverá situar-se a nascente da ponte S. João, perto da do Freixo.
A infra-estrutura deverá custar cerca de 500 milhões de euros pois a construção no local definido não deverá ser fácil, avança o Público. O rio naquele local alarga e o vão da ponte terá de ser muito comprido, uma vez que deverá ter mais de 2 km.
Os acessos à ponte são também de elevada complexidade técnica, mas esta é a melhor solução para fazer uma “entrada direta” em Campanhã da nova linha Lisboa – Porto, que prevê uma viagem de apenas 1h15.
A Rave prevê que a linha passe em túnel sob Vila Nova de Gaia, saindo diretamente para a nova travessia a construir entre a Ponte S. João e a Ponte do Freixo. É este traçado que vai permitir que os comboios de alta velocidade entrem em linha reta na estação de Campanhã.
Segundo uma fonte oficial do gabinete do Ministro das Infra-estruturas, Pedro Nuno Santos, “a estação de Campanhã tem interface com o Metro do Porto e terá o principal terminal rodoviário da cidade, pelo que se assume como o principal interface de transportes da cidade do Porto”.
Do lado leste de Campanhã, onde se esperava construir as plataformas para os comboios rápidos, estão agora a decorrer as obras de um terminal rodoviário. E o próprio Matadouro, um edifício um pouco mais a Norte que deveria ser demolido para construir um parque para recolher os comboios, está ocupado para ser instalado um centro empresarial.
O governo diz que “é prematuro discutir projetos em concreto, sendo certo que a estação de Campanhã tem uma reserva de capacidade substancial”. Segundo o Público, sem espaço para serem feitas manutenções e lavagens, o verdadeiro terminal operacional dessas composições será Contumil, o que significa reforçar o canal ferroviário para lá.
A futura ponte sobre o Douro e a entrada da nova linha em Campanhã foram ainda pensadas para ficarem no alinhamento do futuro túnel que fará a ligação ao aeroporto, mas devido às infra-estruturas já existentes na cidade esse processo não será fácil.
Afastada ficou a ideia de fazer a estação de alta velocidade na Boavista, como chegou a ser falado no início deste século. Este projeto implicaria também um novo tabuleiro sobre o Douro, entre, as pontes Luís I e da Arrábida a que se seguiria um túnel direto ao centro da cidade.
Essa localização está agora destinada para o Metro do Porto, que quer construir uma ponte para a linha Casa da Música–Devesas, um projeto que será financiado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (enquanto a ponte ferroviária será no âmbito do PNI2030).
Se tudo correr como previsto, Porto e Gaia deverão ficar com mais duas pontes a acrescentar às da Arrábida, Freixo, Luís I, Maria Pia (que se encontra desativada), do Infante e São João.