O Metro do Porto deverá ter sete novas linhas e mais 36 estações num futuro próximo, uma vez que as obras que têm de estar terminadas até 2030. Essa é a recomendação feita ao Governo num relatório que vai ser entregue esta quarta-feira ao ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
A pandemia de covid-19 obrigou a cancelar o ato público de entrega do documento, mas o governante irá receber na mesma o relatório. Em causa estão mais de 38 quilómetros, que correspondem a 36 novas estações na cidade do Porto.
“A segunda Linha de Gaia é a única dessas sete que está desde já incluída no pacote de financiamento do plano de Recuperação e Resiliência”, vindo da União Europeia, explica Eduardo Vítor Rodrigues, autarca de Gaia e presidente da Área Metropolitana do Porto. A segunda linha de Gaia implica uma nova travessia sobre o Douro na zona da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
A juntar-se à nova linha de Gaia estão outras seis.
“Temos a famosa Linha da Boavista, no Porto, com sete estações (e que vai até à zona da Foz). Temos ainda a Linha da Maia, que é particularmente importante, porque entronca numa ligação do ISMAI com a Trofa. Temos São Mamede, no concelho de Matosinhos, com ligação ao Hospital de São João. Também a Linha de Gondomar, uma linha importante para rebater em Campanhã à cidade do Porto. Temos a Casa da Música, na ligação pelos Combatentes na cidade do Porto”, revela à TSF Eduardo Vítor Rodrigues.
Alguns dos trajetos serão feitos em regime MetroBus e não implicam a construção de linha férrea.
O presidente da Câmara Municipal de Gaia, explica que o Governo já teve acesso ao relatório e que se mostrou favorável à sua execução, mas sublinha que na altura em que o trabalho começou levantaram-se vozes, dando conta que “seria inútil”.
“Em Gondomar, quando assinámos o protocolo, houve gente que disse que isto era mais um protocolo para empatar e para iludir as pessoas. E, portanto, sinto uma particular obrigação de formalizar os resultados. Os resultados é que permitiram viabilizar a Linha da Trofa que já estava esquecida e revitalizar a Linha de São Mamede, que era muito cara e que com a atualização da procura se tornou próxima da sustentabilidade”, frisa Eduardo Vítor Rodrigues.
O relatório tem por base um estudo de viabilidade produzido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. É um investimento avaliado em 1300 milhões de euros. Eduardo Vítor Rodrigues está convicto que a obra vai avançar. “É uma proposta absolutamente plausível, perfeitamente enquadrada naquilo que são as opções do Governo na ferrovia ligeiro e no investimento neste domínio”, realça.