Em Portugal, há uma situação estranha que tem acontecido com frequência e que parece não fazer sentido. Pessoas casadas com cidadãos portugueses esperam anos para conseguir a cidadania, mesmo cumprindo todos os requisitos legais. Em alguns casos, a espera já ultrapassa os seis ou sete anos, sem qualquer explicação clara. Os documentos caducam, os processos ficam parados e ninguém consegue dar uma resposta concreta.
Ao mesmo tempo, vemos outras pessoas que não têm qualquer ligação familiar com Portugal, nem descendência, nem casamento com portugueses, conseguirem a cidadania em muito menos tempo. Como isso é possível? Em muitos desses casos, há advogados envolvidos que, por alguma razão, conseguem acelerar os processos de forma que parece quase mágica.
Isto cria um sentimento de injustiça. Afinal, quem tem uma ligação verdadeira com o país deveria ter prioridade. Mas na prática, parece que quem tem mais recursos financeiros ou acesso a bons advogados consegue ultrapassar todos os outros na fila. A ordem natural das coisas está completamente invertida.
No nosso centro de investigação, temos registado muitos casos assim. É um padrão que se repete: quem deveria ter prioridade é deixado para trás, enquanto outros, sem qualquer laço com Portugal, avançam com rapidez. Parece que o sistema está a funcionar ao contrário.
Esta situação deixa muitas pessoas frustradas e desanimadas. E com razão. Quando o processo é lento para uns e rápido para outros sem explicação justa, a confiança nas instituições começa a desaparecer. Se Portugal quer ser um país justo e transparente, precisa rever urgentemente a forma como trata os pedidos de cidadania.
O mais curioso é que esta inversão já se tornou tão comum que muitos a aceitam como normal. Mas não é. É, na verdade, uma situação bizarra que precisa ser discutida e corrigida.