O presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou veementemente, na quinta-feira, um ataque perpetrado por colonos judeus contra a aldeia palestiniana de Jit, na Cisjordânia ocupada. O episódio, descrito por Herzog como um “pogrom”, resultou na morte de um jovem palestiniano de 23 anos e deixou outro gravemente ferido, de acordo com informações do Ministério da Saúde palestiniano.
O ataque ocorreu na noite de quarta-feira e foi conduzido por dezenas de colonos israelitas, alguns dos quais encapuzados. Segundo relatos, eles invadiram a aldeia, localizada entre as cidades de Nablus e Qalqilya, e incendiaram veículos e infraestruturas, além de lançarem pedras e cocktails Molotov. As forças militares israelitas foram acionadas e, após chegarem ao local, retiraram os colonos da área e prenderam um dos envolvidos.
Herzog, ao se manifestar sobre o incidente na rede social X, expressou profunda indignação e enfatizou que se tratava de uma “minoria extremista” que, segundo ele, prejudica tanto a imagem dos colonos que respeitam a lei quanto a reputação de Israel no cenário internacional. O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também condenou os atos de violência e assegurou que os responsáveis serão levados à justiça.
O ataque em Jit ocorre num contexto de escalada da violência na Cisjordânia, intensificada desde o início do conflito em Gaza, após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Desde então, mais de 633 palestinianos foram mortos por soldados e colonos israelitas na região, enquanto 18 israelitas perderam a vida em ataques palestinianos ou durante operações militares de Israel.
Netanyahu, que lidera o partido de direita Likud, governa com o apoio de partidos de extrema-direita que defendem a expansão dos assentamentos e, em alguns casos, até mesmo a anexação total da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. A recente onda de violência tem alimentado ainda mais as tensões entre israelitas e palestinianos, exacerbando o conflito histórico na região.