Depois de negar ter recebido uma proposta do Banco de Portugal (BdP) com a hipótese de uma injeção final de 1,4 mil milhões no Novo Banco, o Ministério das Finanças, liderado por Mário Centeno, já não nega que tem em cima da mesa um “documento de trabalho” em que este cenário é estudado.
O jornal Público, que avança a notícia esta quarta-feira, questionou o Ministério das Finanças sobre o assunto, querendo saber se a tutela confirmava a existência de um relatório de trabalho enviado pelo Fundo de Resolução a prever uma injeção de 1,4 mil milhões de euros, e preferencialmente de uma só vez.
O Ministério respondeu que “não comenta documentos de trabalho“, reiterando que o Orçamento do Estado só tem 850 milhões de euros autorizados para este efeito.
A resposta surge depois de o ministro das Finanças ter dito, na passada sexta-feira, que o “o Governo não tem nenhuma proposta para análise relativa à ‘estratégia de limpeza dos créditos problemáticos do banco’”. Nesse mesmo dia, o jornal Público noticiava que o Governo poderia vir a injetar até 1,4 mil milhões de euros no Novo Banco, evitando novos auxílios ao banco controlado em 75% pelo Lone Star.
A confirmar-se esta verba de 1,4 mil milhões de euros, observa o diário, somada aos 1,94 mil milhões que o Estado já injetou no Novo Banco deste a venda ao Lone Star, totalizaria em 3,3 mil milhões de euros essa ajuda estatal. Ou seja, ficando a 600 milhões do limite máximo previsto na almofada, de 3,9 mil milhões de euros, negociada com o Governo.