A reunião de sexta-feira seguirá uma sessão à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU, solicitada pelos EUA e aliados, para discutir o programa nuclear do Irão.
O Irão, a Rússia e a China vão realizar uma reunião de alto nível em Pequim na sexta-feira para discutir as capacidades nucleares do Irão.
Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, informou os jornalistas sobre o encontro na quarta-feira. Os três países têm relações amigáveis e todos são partes do Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA) de 2015.
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou que as negociações irão abordar “desenvolvimentos relacionados com a questão nuclear e o levantamento das sanções.”
A reunião de sexta-feira ocorrerá após uma sessão à porta fechada do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU) sobre o enriquecimento de urânio do Irão, que ultrapassou os 60%, ficando perigosamente perto dos 90% necessários para fabricar uma bomba.
Essa reunião, solicitada pelos EUA e seus aliados, poderá discutir a ativação das chamadas sanções de “snapback” — sanções que foram levantadas no âmbito do JCPOA.
Os EUA saíram do acordo nuclear com o Irão durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump. No entanto, as outras partes do acordo — Reino Unido, Irão, China, Rússia, Alemanha e França — poderiam decidir reimpor as sanções internacionais antes que a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que sustenta o acordo, expire em outubro.
O vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, presidirá a reunião, com a presença do vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, e do vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Kazem Gharibabadi.
Teerão forneceu drones e mísseis a Moscovo para sua ofensiva na Ucrânia. Além disso, China, Irão e Rússia realizaram exercícios navais conjuntos na segunda-feira.
As reuniões seguem após uma tentativa fracassada de Trump de reiniciar as negociações para um novo acordo nuclear. O Irão recentemente rejeitou uma carta enviada por Trump sobre o assunto e afirmou que não negociará com países “agressores”.
“É inaceitável para nós que eles deem ordens e façam ameaças. Eu nem sequer negociarei com vocês. Façam o que bem entenderem”, disse o presidente iraniano Masoud Pezeshkian.
Trump insistiu que preferiria a diplomacia, mas não descartou táticas militares para evitar que o Irão adquira uma arma nuclear.
“Se tivermos de recorrer à opção militar, será muito, muito ruim para o [Irão]”, disse ele.
Teerão continua a negar que esteja a procurar desenvolver uma arma nuclear, mas os especialistas afirmam que não há uso civil para o urânio enriquecido a 60%.