Números totais
- 2.719 médicos solicitaram certificados de idoneidade à Ordem dos Médicos para exercer no exterior.
- 2022: 803 pedidos
- 2023: 944 pedidos
- 2024: 972 pedidos (novo pico)
Tendência contínua de alta nos pedidos de emigração.
Distribuição regional dos pedidos
- Seção Sul: 1.442 médicos (mais afetada)
- Seção Norte: 1.149 pedidos
- Seção Central: apenas 128 pedidos (menos de 50 por ano)
A região Sul — já crítica em carência de profissionais — é também a mais afetada pela saída.
Causas apontadas
Segundo Carlos Cortes, presidente da Ordem dos Médicos:
- Falta de atratividade do SNS, com destaque para:
- Baixos salários
- Más condições de trabalho
- Desvalorização da carreira médica
- Problemas na formação dos médicos internos
Muitos médicos recém-formados optam por emigrar ainda durante ou logo após a formação.
Impactos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)
- Perda de quadros qualificados, especialmente em regiões já frágeis.
- Dificuldade crescente para preencher vagas, inclusive em concursos públicos.
- Risco de sobrecarga e deterioração na qualidade do atendimento à população.
Conclusão
Portugal enfrenta um grave desafio de retenção de médicos, com impactos diretos no funcionamento e na sustentabilidade do SNS. A persistência dessa tendência pode exigir:
- Revisão urgente das políticas salariais e de carreira
- Melhoria nas condições de trabalho
- Incentivos regionais para fixação de profissionais