O Executivo criará uma equipe especializada autônoma e solicitará uma verificação internacional para examinar os equipamentos energéticos das nações impactadas pelo colapso de segunda-feira, anunciou hoje o chefe de governo.
“Não economizaremos recursos para fornecer esclarecimentos sobre um incidente grave que não teve início em Portugal”, disse.
Luís Montenegro falava durante a segunda sessão emergencial do grupo governamental em dois dias, na moradia oficial do chefe do Executivo em São Bento, Lisboa, após a interrupção abrangente de fornecimento que afetou Portugal e Espanha na segunda-feira.
O chefe de governo anunciou que o Executivo pedirá à Entidade da União Europeia para Colaboração dos Supervisores de Energia que realize uma verificação autônoma dos equipamentos energéticos das nações impactadas “para identificar plenamente as razões que levaram a essa ocorrência”.
“Em segundo plano, decidimos constituir uma Equipe Especializada Autônoma em Portugal para analisar os procedimentos de resposta e controle desta emergência, a capacidade de resistência e reestabelecimento do sistema energético, a solidez das estruturas e operações essenciais, e também a atuação dos recursos de proteção nacional, redes de comunicação e atendimento médico”, disse.
O Executivo vai sugerir que esta equipe tenha sete profissionais: um técnico no ramo energético, um técnico no campo de transmissão e conexões, um técnico no âmbito da resposta emergencial, um técnico na área hospitalar e três indivíduos escolhidos pela Casa Legislativa.
Logo após a declaração inicial de Montenegro, os responsáveis da Coordenação, Ecologia, Relações Legislativas e Transportes — que estavam na primeira fila — dirigiram-se para uma sessão no órgão legislativo, convocada pelo líder da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, com os grupos partidários.
O chefe do Executivo anunciou que o governo também decidiu “não ampliar nem intensificar a proclamação de estado energético, que se encerrará hoje às 23h59”.
Na fase de intervenções, Montenegro admitiu que esta equipe especializada só poderá atuar na próxima etapa legislativa, uma vez que o órgão legislativo está dissolvido e haverá votação nacional antecipada em 18 de maio, mas considerou que havia prazo.
“Teremos oportunidade. Esta não é uma Equipe Especializada Autônoma para fornecer resultados imediatos com pressa. É uma Equipe Especializada Autônoma para aprofundar e examinar os procedimentos de resposta, controle de emergências, reestabelecimento do sistema energético, solidez da estrutura e operações essenciais”, disse ele, dando como exemplo a comissão formada após os desastres florestais de 2017.
Montenegro garantiu que o Executivo está “fortemente envolvido em obter todas as resoluções sobre as razões e respostas” do que está acontecendo, expressando total disposição “para cooperar com os organismos continentais no processo de verificação” que o território solicitou.