Face à pandemia de Covid-19, o Bloco de Esquerda quer que o Estado injete um montante a rondar os 1.650 milhões de euros por mês para micro e pequenas empresas pagarem salários.
Enquanto o governo estava reunido em Conselho de Ministros para decidir novas medidas de apoio às empresas, o Bloco de Esquerda tomou a iniciativa de anunciar um pacote de medidas “simples” e “rápidas” para garantir que micro e pequenas empresas consigam pagar os salários dos trabalhadores.
Em videoconferência de imprensa, o Bloco sugeriu a injeção direta de liquidez nas contas destas empresas, de forma a combater as consequências do surto do novo coronavírus. Segundo o Observador, o dinheiro é destinado apenas ao pagamento de salários e estão elegíveis todas as micro e pequenas empresas que não estejam em regime de lay-off e que tenham tido uma quebra de pelo menos 50% na faturação.
Os esquerdistas mencionam um valor na ordem dos 1.650 milhões de euros, embora o montante possa ser inferior.
“Precisamos de uma proposta rápida e urgente porque a urgência do momento exige uma urgência na resposta“, disse Mariana Mortágua. Na sua ótica, as medidas do Governo têm sido “insuficientes”
A deputada do BE defende que o Estado deve intervir para que as empresas não fechem e não se endividem, servindo de “balão de oxigénio” para estas firmas de menor dimensão.
O Bloco realça que as micro e pequenas empresas constituem cerca de 97% do tecido empresarial português, pelo que esta injeção é importante para conservar dois milhões e meio de postos de trabalho. As vantagens desta medida são a rapidez, o não-endividamento, a manutenção do emprego, a proteção da estrutura empresarial portuguesa e, ao mesmo tempo, a não sobrecarga dos cofres da Segurança Social.
“O pagamento de salários é já para março, mas estender-se-ia a medida no tempo que fosse necessário. Enquanto a economia estiver suspensa, as empresas devem poder ser acompanhadas, e devemos sempre ponderar que possam ser estendidas enquanto durar o período de aperto”, explicou Mortágua.
“Deverá haver uma carta de compromisso assinada pela empresa, que é verificada a posteriori, e que se não for cumprida é crime“, acrescentou a deputada, reiterando que o dinheiro é meramente destinado ao pagamento de salários.